Se eu ouvir ou ler mais alguma coisa sobre uma pessoa branca se lamentando a respeito do “privilégio branco”, especialmente um cristão, eu irei dirigir até algum lugar remoto, sair do meu carro e gritar até perder minha voz.
É
isso que vou mostrar pra eles.
John
McWhorter, linguista e autor de livros como “Losing the Race:
Self-Sabotage in Black America”
e “Authentically Black: Essays for the Black Silent
Majority”, escreveu
um artigo para o The Daily Beast sobre o tão comentado “privilégio
branco”. Apesar de McWhorter
não ser um conservador (ele
apoia a redefinição do casamento e diz que nunca votaria em um
republicano), ele discute a questão racial de uma forma que não se
ouve frequentemente de uma pessoa negra… além de mim.
Em
“The Privilege of Checking White Privilege”, McWhorter
questiona: As
sessões de tomada de consciência do privilégio
branco são para
o benefício de quem? E o que
querem conseguir com isso?
“Eu
assumo,
por exemplo, que a ideia não deva ser ensinar aos
brancos
que o privilégio branco significa que as pessoas negras são o único
grupo na história humana que não podem lidar com obstáculos e
desafios,” ele escreve. “Se existe
a ideia de que os
negros
não podem resolver seus problemas sem
os brancos,
então
desenvolve-se
uma sensibilidade requintada
sobre o quão privilegiados
esses
últimos
são, e dessa forma
nós na comunidade negra acabamos
sendo classificados como filhos deficientes.”
McWhorter
acredita que identificou o motivo por trás da fixação pelo
privilégio branco: “Em uma sociedade onde o racismo é tratado
como moralmente equivalente à pedofilia, o que os brancos estão
buscando é o doce alívio da absolvição moral.”
Eu
compartilho da visão de McWhorter de que a culpa branca pode levar
os negros a alguns “antigos hábitos ruins”, incluindo adotar o
status de “nobre vítima.” Alguns chafurdam
nisso, mas eu não quero e nem preciso da piedade ou do pedido de
desculpas de ninguém. Mesmo se eu estiver em uma desvantagem
histórica clara, eu posso manter algum nível de orgulho ao trilhar
o meu
próprio
caminho no
mundo e ao
recusar a me
ver como uma vítima perpétua acabrunhada
por correntes fantasmas.
Talvez
eu seja apenas diferente. Por
exemplo, lamentar sobre caras brancos na irmandade
cantando sobre linchamentos e insultos aos negros? É desagradável,
mas se controlem,
pessoal. Isso é totalmente desproporcional.
Mais urgentes são as taxas de crimes desproporcionalmente altas
entre os jovens negros, das quais as verdadeiras vítimas abrangem
todas as raças. Isso não é um pouco mais desagradável? Onde está
a raiva? O constrangimento?
Os lamentos? Nós devemos
redirecionar a questão quando essas novas notícias
emergem e evitar a autocomiseração. Sempre haverá pessoas em
melhor e pior situação que a nossa própria. Se desculpar por
vantagens que você teve na vida é coisa de gente fraca. Isso também
é paternalista, e me faz acreditar que você pensa que eu tenho um
senso de moralidade menor ou que não consigo controlar minhas
emoções.
Cristãos
de todos os povos sabem que nós somos responsáveis pelas nossas
próprias ações. A não ser que você tenha possuído escravos ou
tenha infringido os direitos de alguém, livre-se da culpa descabida,
e pare de se martirizar. (Só para constar, não é ilegal ou imoral
preferir fazer uma social
e/ou viver entre os membros de sua própria raça). Se desculpe com
um indivíduo se você errou com aquele indivíduo. E não presuma
falar por uma raça inteira.