quinta-feira, 31 de março de 2016

O fardo do “privilégio branco”



Se eu ouvir ou ler mais alguma coisa sobre uma pessoa branca se lamentando a respeito do “privilégio branco”, especialmente um cristão, eu irei dirigir até algum lugar remoto, sair do meu carro e gritar até perder minha voz.

É isso que vou mostrar pra eles.

John McWhorter, linguista e autor de livros como “Losing the Race: Self-Sabotage in Black America” e “Authentically Black: Essays for the Black Silent Majority”, escreveu um artigo para o The Daily Beast sobre o tão comentado “privilégio branco”. Apesar de McWhorter não ser um conservador (ele apoia a redefinição do casamento e diz que nunca votaria em um republicano), ele discute a questão racial de uma forma que não se ouve frequentemente de uma pessoa negra… além de mim.

Em “The Privilege of Checking White Privilege”, McWhorter questiona: As sessões de tomada de consciência do privilégio branco são para o benefício de quem? E o que querem conseguir com isso?

“Eu assumo, por exemplo, que a ideia não deva ser ensinar aos brancos que o privilégio branco significa que as pessoas negras são o único grupo na história humana que não podem lidar com obstáculos e desafios,” ele escreve. “Se existe a ideia de que os negros não podem resolver seus problemas sem os brancos, então desenvolve-se uma sensibilidade requintada sobre o quão privilegiados esses últimos são, e dessa forma nós na comunidade negra acabamos sendo classificados como filhos deficientes.”

McWhorter acredita que identificou o motivo por trás da fixação pelo privilégio branco: “Em uma sociedade onde o racismo é tratado como moralmente equivalente à pedofilia, o que os brancos estão buscando é o doce alívio da absolvição moral.”

Eu compartilho da visão de McWhorter de que a culpa branca pode levar os negros a alguns “antigos hábitos ruins”, incluindo adotar o status de “nobre vítima.” Alguns chafurdam nisso, mas eu não quero e nem preciso da piedade ou do pedido de desculpas de ninguém. Mesmo se eu estiver em uma desvantagem histórica clara, eu posso manter algum nível de orgulho ao trilhar o meu próprio caminho no mundo e ao recusar a me ver como uma vítima perpétua acabrunhada por correntes fantasmas.

Talvez eu seja apenas diferente. Por exemplo, lamentar sobre caras brancos na irmandade cantando sobre linchamentos e insultos aos negros? É desagradável, mas se controlem, pessoal. Isso é totalmente desproporcional. Mais urgentes são as taxas de crimes desproporcionalmente altas entre os jovens negros, das quais as verdadeiras vítimas abrangem todas as raças. Isso não é um pouco mais desagradável? Onde está a raiva? O constrangimento? Os lamentos? Nós devemos redirecionar a questão quando essas novas notícias emergem e evitar a autocomiseração. Sempre haverá pessoas em melhor e pior situação que a nossa própria. Se desculpar por vantagens que você teve na vida é coisa de gente fraca. Isso também é paternalista, e me faz acreditar que você pensa que eu tenho um senso de moralidade menor ou que não consigo controlar minhas emoções.

Cristãos de todos os povos sabem que nós somos responsáveis pelas nossas próprias ações. A não ser que você tenha possuído escravos ou tenha infringido os direitos de alguém, livre-se da culpa descabida, e pare de se martirizar. (Só para constar, não é ilegal ou imoral preferir fazer uma social e/ou viver entre os membros de sua própria raça). Se desculpe com um indivíduo se você errou com aquele indivíduo. E não presuma falar por uma raça inteira.
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