Telegraph View: O ataque na Tunísia foi um ataque
em uma democracia fragilizada. O
ocidente precisa estar atento
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O ataque mortal dos terroristas no famoso museu Bardo na Tunísia, o qual tirou a vida de 18 turistas, mostra que os militantes islâmicos continuam a ser uma ameaça enorme as tentativas da Tunísia de estabelecer um governo democrático no despertar da primavera árabe. Sendo o berço das ondas de protesto anti-governo que varreram o mundo árabe durante os últimos quatro anos, a Tunísia surgiu como um dos raros casos de sucesso da região. Seguindo a queda de Zine AL-Abidine Ben Ali, um ditador de longa data, o país foi governado brevemente pelo movimento islâmico moderado Ennahda. Mas é preocupante o Ennahda ter pegado leve no combate aos grupos jihadistas militantes impulsionando a eleição do secularista veterano Beji Caid Essebsi no ano passado a presidência, daí a resultar na Tunísia a se tornar o único dos países afetados pelos protestos da primavera árabe a se aproximar de um governo democrático de orientação secular.
Como era esperado, o sucesso da
Tunísia em fazer a difícil transição de uma autocracia para um governo
democrático é combatido ferozmente por legiões de extremistas islâmicos que se
fixaram na África Setentrional, particularmente na Líbia e outra partes do Maghreb
que se tornou uma terra sem lei devido aos eventos passados nos últimos
quatro anos. As modestas forças armadas da Tunísia estão correntemente ocupadas
em operações contra os militantes islâmicos ao longo de suas fronteiras, um
estado de coisas que sem dúvida contribuíram para o ataque no Bardo, do qual as
autoridades da Tunísia acusam o Estado Islâmico.
Em uma época onde a resistência
armada de grupos terroristas islâmicos está desestabilizando muitas partes do
território do mundo árabe, é vital que o admirável experimento da Tunísia com a
democracia supere os projetos malignos dos extremistas islâmicos. Caso
contrário todos os sacrifícios feitos durante a primavera árabe terão sido em
vão.