quinta-feira, 29 de maio de 2014

As ameaças de morte feitas ao Dr Keith Ablow

Kirsten Andersen

O Dr. Keith Ablow tem sido o alvo de ameaças de morte devido à sua posição de que o assim chamado "transgenerismo" é algo sem fundamento científico que coloca crianças vulneráveis em risco devido a procedimentos cirúrgicos desnecessários e uma vida inteira de confusão. Mas o psiquiatra sediado em Massachusetts disse à LifeSiteNews numa entrevista exclusiva que ele continuará a falar a verdade, apesar dos perigos:

Tive que escolher entre dizer o que eu penso e ser empático para com todos, apesar das ameaças e apesar dos apelos provenientes de muitas pessoas exigindo que eu perca as minhas credenciais académicas. É importante continuar a falar deste tópico porque aparentemente, nos EUA existem milhares de crianças que estão a ser preparadas para serem submetidas a cirurgias plásticas extensivas que elas podem ou não precisar delas.

Ablow disse que o que causa a que uma pessoa sinta que está "presa no corpo errado" é uma questão que tem que ser "reaberta" pela comunidade psiquiátrica.

Como psiquiatras, nós não sabemos de onde as crenças fixas e falsas se originam... E se ficarmos a saber que as pessoas que pensam que estão presas no corpo sexual errado podem ser abordadas com algo mais que um bisturi, então nós, como disciplina, seremos responsáveis por não termos sido mais diligentes na busca das respostas em torno de onde isto vem.

No início deste mês, pouco depois da controversa lei da Califórnia permitir que os estudantes das escolas públicas escolham o seu género [sic] - independentemente da biologia -, e de permitir a livre escolha das equipas desportivas na qual se quer competir, para além de dar "liberdade" para escolher o género em qualquer outro tipo de actividade, inclusive as instalações sanitárias que se quer usar, Ablow atraiu atenção nacional com um editorial para a Fox News onde ele chamou a lei de "profundamente destrutiva" para as crianças.

A partir do dia 1 de Janeiro, os estudantes das escolas públicas da Califórnia poderão escolher qual das instalações sanitárias eles querem usar, bem como o balneário feminino ou o masculino que querem usar, tendo como base no que se sente no momento (fémea ou macho), quer se seja anatomicamente macho ou fémea.

Sei que outros psiquiatras podem não concordar, e sei que os activistas lgbt me irão criticar, mas eu acredito que permitir esta "escolha" é psicologicamente profundamente destrutivo, para todos os estudantes, incluindo aqueles que se identificam como transgéneros.

Sei que vou continuar a receber ameaças de morte e apelos para que eu seja despedido da minha posição de ensino por dizer o que disse visto que já suportei ambas.

Eu acredito que as crianças já têm que lidar com o suficiente, à medida que lutam para se sentirem confortáveis com os seus corpos, bem como com a noção da privacidade e as alterações finais em torno da sua puberdade, sem terem que lidar com a noção das suas almas terem nascido no corpo errado. Na
história do mundo não existem evidências suficientes em favor duma alma masculina ou feminina a nascer no género anatómico errado.

A LifeSiteNews entrou em contacto com o Dr. Ablow para lhe perguntar sobre as respostas às suas declarações, bem como para saber do porquê ele achar que foi necessário dar a sua opinião, independentemente das consequências. "A resposta [ao artigo] tem sido tremendamente positiva em várias formas" disse o Dr Ablow à LifeSiteNews, acrescentando que numerosas pessoas "expressaram o seu desalento em torno das implicações da lei."

Mas mesmo assim, disse o Dr Ablow, "uma minoria vocal tem sido extremamente negativa e ameaçadora, o que eu aprendi a esperar sempre que tento falar de questões em torno do comportamento transgénero duma forma que eu considero ser objectiva." Muitas dessas ameaças, disse Ablow, são graficamente violentas, "dizendo o que me fariam e de que forma isso deveria ser feito."

Ele disse à LifeSiteNews que, como psiquiatra, ele acha que tal reacção violenta a qualquer iniciativa que vise questionar a politica da identidade transgénera tem fundamento no medo.

Acho que estamos tão imersos neste assunto que as pessoas são muito avessas a re-examinar as implicações de fazer coisas tais como injectar crianças de 12 anos com doses maciças de hormonas como forma de parar a puberdade. Se viermos a descobrir que este trajecto não era defensível do ponto de vista científico, então isso terá implicações enormes para a medicina, para os pais, que conduziram as crianças para este caminho - e para a psiquiatria, por não ter sido mais vigorosa a exigir evidências científicas de que as pessoas podem nascer nos corpos errados.

Segundo Ablow, as implicações são também perturbadoras "para os próprios transgéneros."

Mal um médico - neste caso, penso eu, um médico equivocado - te diz que todo o teu sofrimento pode ser psicologicamente explicado porque nasceste num corpo que tem o sexo errado, dar essa perspectiva é quase uma questão de vida ou de morte. Logo, o abrigo desta explicação simplista - que estes pensamentos de que te encontras preso ao corpo errado realmente significa que estás no corpo errado - torna-se numa defesa contra questões mais profundas que precisam de mais análise, e as pessoas não querem enveredar por esse nível de auto-examinação.

Questionado se ele sente que está a colocar a sua segurança em risco por falar deste tópico altamente controverso, Ablow respondeu:

Eu levo a sério todas as ameaças à minha vida, e tomo algumas precauções. ... Mas sinto algum conforto em pensar que, estatisticamente, as pessoas que fazem barulho na internet são menos susceptíveis de levar a cabo algum tipo de acção.

Ablow fica preocupado com "as inúmeras crianças americanas a quem está a ser dito que eles devem questionar se o seu género [sic] está para sempre estabelecido, quando na minha opinião está."
Existem muitos psiquiatras bem intencionados, e bem credenciados, que discordam, e eu percebo isso. Mas eu não entendo o porque deles não me entenderem. Dito de outra forma, eles deveriam estar mais abertos a mais diálogo. A noção de que, se tu sugeres isso, algumas pessoas dirão que tu deves morrer, e outras dirão que tu não deverias estar a ensinar numa universidade, e que tu deverias sentir como se tivesses que escolher entre ser ostracizado ou falar o que pensas, é uma tragédia.
...................

domingo, 25 de maio de 2014

Giordano Bruno e os ateus historicamente ignorantes

Há alguns meses atrás, durante a minha visita a Roma, cometi o erro que turista algum deve cometer quando se encontra numa cidade estranha: tomei um atalho. Enquanto caminhava do Fórum de volta para o meu apartamento junto ao Rio Tibre, eu deveria ter tomado o caminho mais óbvio através da Corso Vittorio Emanuele II rumo ao Castel Saint 'Angelo, mas decidi que sabia para onde caminhava, e como tal, usei o caminho mais directo através alguns árvores e rapidamente me perdi.
Depois de me aventurar por uma rede de pequenas vias tentando encontrar a estrada principal, vi mais à frente uma piazza e decidi seguir em frente para me orientar através dela. Parei perto duma estátua no meio da praça para olhar para o meu mapa, olhei para a estátua e rapidamente vi quem era. Apercebi-me que estava no Campo de'Fiori, visto que a estátua era o famoso monumento dedicado a Giordano Bruno, erigido no local onde ele foi queimado na fogueira em Fevereiro de 1600.
Campo-dei-FioriBruno é a imagem-propaganda para a "Draper-White Thesis" - a ideia de que a ciência e a religião sempre estiverem em guerra, uma ideia muito querida do movimento dos Novos Ateus apesar dela ter sido efectivamente rejeitada pelos historiados da ciência há mais de 100 anos. Tentem ter algum tipo de discussão inteligente das inter-relações complexas, reais e cheias de nuances entre a religião e o que estava para emergir como a ciência moderna durante o período medieval e a fase inicial do período moderno, e Bruno é normalmente usado como a "prova" de que a Igreja era um inimigo implacável e ignorante da ciência primitiva. Afinal, porque é que se atreveram a queimá-lo na fogueira senão pelo facto dele ter afirmado que a Terra não era o centro no universo, e que as estrelas eram outros sóis com outros planetas?
Para aqueles que preferem slogans e caricaturas simples em vez do trabalho árduo de efectivamente analisar e entender a História, Bruno é uma resposta simples para uma questão complexa. A nuance e a complexidade são as primeiras vítimas da guerra cultural.
Portanto, quando eu vi os primeiros clips promocionais da versão reformulada da série "Cosmos", de Carl Sagan (desta vez apresentada pelo genial protegido de Sagan, Neil deGrasse Tyson), e reparei numa sequência animada de alguém a ser ameaçado por Inquisidores e queimado na fogueira, soube logo que a ressuscitada série Cosmos seria apresentada com deformações históricas. Acho que isto nada mais é que seguir os passos de Sagan visto que na série original ele desviou-se rumo a uma visão distorcida da Hipatia de Alexandria que fixou na mente duma geração inteira a ideia de que ela era uma mártir da ciência, tal como já falei noutro local.
Portanto, quando as primeiras imagens da série "Cosmos: A Spacetime Odyssey" foram emitidas durante a semana passada, uma das partes mais importantes era uma versão de 11 minutos do mito de Bruno. Eu normalmente refiro-me à fábula moral simplista que as pessoas confundem com a história da relação entre a Igreja e a ciência primitiva como a "versão desenhos animados", visto que ela é reduzida a uma caricatura a preto e branco, simplista e bi-dimensional da realidade. Mas neste caso ela é mesmo a versão desenhos animados; a sequência foi animada, e a voz de Bruno foi providenciada pelo produtor-executivo, Seth MacFarlane, famoso por fazer a série Family Guy; deve ser por isso que Bruno tem um sotaque italiano do tipo normalmente ouvido em anúncios publicitários para uma pizza ou para molhos de macarrão.
Os clichés não acabam com os sotaques apalermados. Na versão estranhamente distorcida da história que o programa mostra, Bruno é caracterizado como um frade jovem e sério de Nápoles, verdadeiro pesquisador da verdade. Mas DeGrasse Tyson assegura-nos que "ele atreveu-se a ler os livros banidos pela Igreja e essa foi a sua ruína." Por essa altura é-nos mostrada uma sequência onde Bruno lê uma cópia de Lucrécio com o nome "On the Nature of Things" que ele tem escondida debaixo do soalho da sua cela.
O primeiro problema com isto é que o trabalho de Lucrécio não foi de maneira nenhuma "banido pela Igreja", e ninguém precisava de o esconder por baixo do seu assoalho. Poggio Bracciolini tinha publicado uma edição impressa do livro um século antes de Bruno ter nascido, e ele nunca foi banido durante o período em que os manuscritos medievais sobre os quais Bracciolini trabalhou haviam sido copiados (e nem foi o livro banido depois da sua edição se ter tornado amplamente disponível). A ideia de que a Igreja baniu e/ou tentou destruir o trabalho de Lucrécio é um mito que Christopher Hitchens gostava de repetir, e um mito que recebeu uma concessão de vida popular através do terrível trabalho pseudo-histórico de Stephen Greenblatt, "The Swerve", que, de alguma forma, ganhou um Prémio Pulitzer apesar de ser uma pastiche de disparates.
O desenho animado de Tuson prossegue retratando Bruno tendo a sua mente aberta pela ideia dum universo infinito presente no livro de Lucrécio, mas sendo depois expulso sa sua confraria por uma turba de personagens de igreja, ao estilo dos vilões da Disney, que aparecem de forma inesperada tal como na "Inquisição Espanhola" da série da humor "Monty Python". Isto, obviamente, é uma parábola bem melhor que a verdade; o trabalho de Lucrécio não foi banido pela Igreja, e Bruno virtualmente fugiu da sua casa religiosa e não foi despejado por ter lido livros maldosos.
Outra coisa que teria complicado este desenho animado simplista seria reportar onde foi que Bruno obteve as suas ideias dum universo vasto onde a Terra não era o centro, onde as estrelas eram outros sóis, onde existia uma multiplicidade de mundos e onde alguns destes outros mundos poderiam ser habitados. Bruno não obteve estas coisas numa visão enquanto dormia, como alega o desenho animado da "Cosmos", mas sim directamente dum homem que ele chamou de "Cusano o divino" - o filósofo natural e teólogo com o nome de Nicholas de Cusa.
Nicolás-de-Cusa1
Se os escritores da série realmente estivessem interessados na verdadeira história em torno das origens do pensamento científico, encontravam-se à sua disposição muitas outras histórias pessoais que poderiam ter sido mais dignas de serem contadas do que a história de Bruno - pessoas que eram proto-cientistas no verdadeiro sentido do termo. Os escritores do programa, Steven Soter e a viúva de Carl Sagan, Ann Druyan, parece que sabiam o suficiente em torno de Bruno para estarem cientes de que não o poderiam apresentar como um cientista, e a narração de DeGrasse Tyson a dada altura menciona que Bruno "não era um cientista".
Mas eles tocam de forma imperceptível no facto de Bruno, segundo a nossa forma de pensar, ter sido um completo místico maluco. Na sua defesa feita à sequência animada de Bruno, que entretanto gerou críticas, Soter ressalva que muitas outras figuras da ciência primitiva também levaram a cabo estudos que nós qualificamos de não-científicos, tais como a obsessão de Newton com a alquimia e com os cálculos apocalípticos. Mas a diferença é que Newton e Kepler dedicaram-se a esses estudos ao mesmo tempo que faziam estudos baseados na verdadeira ciência empírica, enquanto que o misticismo hermético de Bruno, a geometria sagrada, e a ilegível e largamente inventada religião Egípcia antiga eram a totalidade dos seus estudos; ele nunca chegou a fazer verdadeira ciência.
Mas se eles [Soter e a viúva de Sagan] realmente quisessem ser exactos, eles deveriam ter detalhado, ou pelos menos reconhecido, a dívida de Bruno a Nicholas de Cusa, que falou num universo infinito sem centro 109 anos de Bruno ter nascido. Eis aqui o que Cusano diz no seu livro "De docta ignorantia":
O universo não tem circunferência, uma vez que se tivesse um centro e uma circunferência, existiriam coisas para além do mundo, suposições que têm uma total ausência de verdade. Logo, uma vez que é impossível que o universo se encontre fechado dentro dum centro corporal e limites corporais, não está dentro do nosso poder entender o universo, Cujo Centro e Circunferência são Deus. E embora o universo não possa ser infinito, mesmo assim ele não pode ser concebido como finito visto que não limites dentro dos quais ele possa ser limitado.
Este é o discernimento que o desenho animado de Bruno atribui por inteiro a ele. Porque não, então, atribuí-lo a "Cusano o divino"? Bem, isso iria destruir por completo a parábola, visto que, longe de ser pontapeado por vilões mal-encarados ao estilo de desenhos animados da Disney, Cusano era reverenciado e foi na verdade nomeado para cardeal. Isto, claramente, não fica bem dentro da fábula moral de génios livres-pensadores a serem oprimidos por teocratas dogmáticos.
O desenho animado prossegue retratando o corajoso Bruno a dar uma palestra em Oxford perante estudiosos irritáveis e de aparência aristocrática a colocarem objecções à sua promoção do Copernicanismo e, eventualmente, a atirarem-lhe peças de fruta e a expulsarem-no. Mais uma vez, a realidade não é assim digna. Não há qualquer evidência de objecções ao heliocentrismo e o problema que os estudiosos de Oxford tinham com ele era o plagiarismo que Bruno havia feito de outro estudioso. Mas, outra vez, isso não fica bem na fábula do puro livre pensador vítima de perseguição.
A ideia presente por todo o desenho animado é a noção de que ele foi afligido porque deu o seu apoio ao heliocentrismo e à tese dum universo sem limites, onde a Terra não era o centro. Como já tivemos oportunidade de ver, a segunda ideia não era nova e nem era controversa. Pelos finais do século 15, a hipótese heliocêntrica de Copérnico também não era particularmente nova, embora fosse mais controversa (practicamente nenhum cientista a aceitou porque ela era reconhecida como tendo várias falhas científicas). O ponto importante a lembrar é que por esta altura, essa ideia não era considera uma heresia por parte das autoridades religiosas, embora algumas pessoas pensassem que ela tinha alguma implicações preocupantes.
Nicholas_OresmeO próprio Copérnico não havia sido o primeiro proto-cientista a explorar a ideia duma Terra em movimento. Por volta de 1377 o estudioso medieval Nicholas Oresme havia analisado as evidências que apoiavam a ideia da Terra girar, e achou a ideia pelo menos plausível. A Igreja nem se importou com essa ideia. Os cálculos de Copérnico e a sua ideia já estavam circulação muito antes do seu opus ter sido publicado postumamente e ele gerou o interesse de várias figuras ligaras à Igreja, incluindo o Papa Clemente VII, que conseguiu que Johan Widmanstadt desse uma palestra pública em torno da teoria nos jardins do Vaticano que o Papa qualificou de fascinante.
Depois disso, Nicholas Cardinal Schoenburg insistiu que Copérnico publicasse o trabalho inteiro, embora Copérnico tivesse atrasado não por motivos de temer algum tipo de perseguição religiosa mas sim por temer a potencial reacção de outros matemáticos e astrónomos. O heliocentrismo não se tornou num tópico religioso "quente" até o incidente em torno de Galileu, em 1616, uma década e meia depois da morte de Bruno.
Mais uma vez, os escritores de "Cosmos" parecem estar vagamente cientes de tudo isto e como tal, fazem um imaginativo sapateado como forma de impedir a implosão da sua fábula. Na caracterização do julgamento de Bruno feita pelos desenhos animados da série "Cosmos", temos a primeira evidência de que os pontos de discórdia entre a Igreja e Giordano Bruno em nada estavam relacionados com a ideia dum universo infinito, múltiplos universos, ou qualquer outra especulação cosmológica. Devido a isto, os Inquisidores ao estilo da Disney listam uma série de acusações tais como "questionar a Santíssima Trindade e a Divindade de Jesus Cristo" e mais algumas acusações puramente religiosas.
A caracterização da séria gera a impressão de que estas eram acusações menores, ou até acusações inventadas, mas na realidade, estas foram a verdadeiras razões que levaram Bruno, bem como outros, à fogueira. Por mais horrível que isso seja para nós, negar a virgindade de Maria, afirmar que Jesus era só um mágico ou negar a Transubstanciação, podiam levar uma pessoa à fogueira por volta de 1600 AD, embora só se a pessoa recusasse as repetidas oportunidades para se retratar.
Mas o desenho animado da série quer-se manter fiel à sua parábola, e como tal, eles colocam no final da lista de acusações, e nós somos levados a acreditar que esta era a acusação mais grave, "afirmar a existência de outros mundos". Mas como já vimos, isto não era problema algum para a Igreja. Eis aqui o que Nicholas de Cusa diz sobre estes outros mundos no livro que inspirou muitas das crenças de Bruno:
A vida, tal como aquela que existe na Terra na forma de homens, animais e plantas, pode ser encontrada, suponhamos nós, na sua forma mais elevada nas regiões solares e estelares. Em vez de pensarmos que tantas estrelas e partes dos céus se encontram inabitadas, e que só esta nossa Terra está povoada de pessoas - e mesmo assim, com seres dum tipo inferior - iremos supor que todas as regiões se encontram habitadas, distinguido-se na natureza pela sua categoria, e todas elas devendo a sua origem a Deus, Que é o [C]entro e a [C]ircunferência de todas as regiões estelares .... Dos habitantes dos outros mundos, para além do nosso, podemos saber por enquanto ainda menos coisas, não tendo um padrão através do qual os louvar.
Mais uma vez, lembrem-se que Cusano não foi queimado na fogueira, e que ele era reverenciado, louvado e foi feito cardeal.
A única menção feita a outros mundos na acusação contra Bruno especifica que ele acreditava numa "pluralidade de outros mundos e na sua eternidade". Foi esta última parte que se tornou num problema, e não o facto dele ter dado o seu apoio a uma tese que um líder da Igreja havia falado um século antes.
O desenho animado termina com as ressalvas de DeGrasse Tyson relativas ao facto de Bruno "não ter sido um cientista" e que as suas ideias não terem sido mais que "palpites de sorte". Alguns comentadores parecem ser de opinião de que isto de alguma forma absolve toda a sequência das suas distorções, e que o programa apenas caracteriza Bruno como mártir do pensamento livre e que a sua história é uma lição sobre os perigos do dogmatismo. Mas o problema com o desenho animado é que ele é uma pastiche da verdadeira história.
A verdadeira história de Cusano poderia, na verdade, ser muito mais interessante de ser contada, e ela não estaria carregada de bagagem inspirada pela tese Draper-White em torno dos mitos que existem sobre Giordano Bruno. Mas a sequência inteira parece ter sido motivada por uma agenda e a história do herético queimado na fogueira serviu ao propósito dessa agenda duma forma que a história dum cardeal reverenciado livre de oposição nunca poderia ter servido.
O objectivo parece ser o de formar uma opinião em relação ao pensamento livre e ao dogmatismo dentro do contexto da guerra cultural nos EUA em torno do Criacionismo. Que Bruno era um crente em Deus é uma ideia repetida por diversas vezes no desenho animado, embora ela tenha sido mais um panteísta que outra coisa qualquer. Mas ele é mostrado como um crente de mente aberta e sem constrangimentos que foi oprimido e, eventualmente, morto pelas forças do dogmatismo literalista.
O grito de Bruno quando lhe estavam a atirar peças de fruta em Oxford - "O vosso Deus é demasiado pequeno!" - é, na verdade, o propósito de toda a parábola. Toda a sequência tem como alvo os literalistas dogmáticos da guerra cultural Americana ao mesmo tempo que tenta apelar aos crentes, dado que a maior parte da audiência Americana seriam teístas. Esta é o enquadramento desta fábula e os escritores cortaram partes da verdadeira história de Bruno e de forma desarrumada uniram tudo até gerar esta mensagem moderna.
Grande_Oriente_ItaliaE isto leva-me de volta ao meu encontro com a estátua no Campo de'Fiori; a estátua foi criada por Ettore Ferrari, e erigida em 1889 pouco depois da unificação da Itália, apesar da oposição da Igreja. O monumento, erigido por membros da Ordem Maçónica "Grande Oriente de Itália", foi um símbolo político anti-clericalista deliberado. Os ateus e os livres pensadores reverenciam-na até os dias de hoje, e comemoram a execução de Bruno no dia 17 de Fevereiro de todos os anos.
Claro que qualquer pessoa que ressalve que Bruno é um ícone ridículo para os ateus, dadas as suas visões místicas excêntricas e as suas prácticas mágicas, é normalmente ignorada. E qualquer pessoa que tenha a temeridade de ressalvar que Bruno foi executado por motivos puramente religiosos, e não por especular acerca de uma multiplicidade de mundos ou um universo infinito, é normalmente (e de modo bizarro) acusada de justificar a sua horrível execução.
Tal como já disse, para pessoas que se identificam como "racionalistas", muitos dos meus amigos ateus podem ser tudo menos racionais. Infelizmente, o desenho animado tolo de Neil deGrasse Tyson, Ann Druyan, Steven Soter e Seth MacFarlane sobre Bruno não irá definitivamente ajudar em nada em relação a isso.
Bruno_2013

sexta-feira, 23 de maio de 2014

O mito da preservação do Alcorão


Terminei há pouco tempo um novo folheto que os Cristãos podem oferecer aos seus amigos maometanos sobre a preservação do Alcorão e enquanto o escrevia, levei em consideração a hadith familiar que se segue:
Abu Harb b. Abu al-Aswad reportou, segundo a autoridade do seu pai, que Abu Musa al-Ash'ari enviou recitadores do Alcorão para Basra. Eles vieram até ele e  eram 300 em número. Eles recitaram o Alcorão e então ele disse: 
Vocês são os melhores entre os habitantes de Basra visto que entre eles, vocês são os recitadores. Portanto, continuem a recitar. (Mas tomem atenção para) que a vossa recitação não endureça os vossos corações tal como foram endurecidos os corações daqueles que vieram antes de vocês. Nós tinhamos o hábito de recitar o que parecia, em duração e severidade, a (Surah) Bara'at (surah 9). No entanto, eu já me esqueci disso com a excepção desta parte que me lembro: "Se existissem dois vales cheios de riquezas para o filho de Adão, ele ansiaria por um terceiro vale, e nada encheria o estômago do filho de Adão senão o pó." 
E eu tinha o hábito de recitar uma surah que tinha a aparência de uma das surahs de Musabbihat, mas já me esqueci, embora me lembre desta parte: "Ó povo que acredita, porque é que vocês afirmam aquilo que vocês não practicam?" (LXI 2) e "que está gravado nos vossos pescoços como testemunho (contra vocês) e vocês serão questionados sobre isso no Dia da Ressurreição" (XVII 13) (Sahih Muslim: bk. 5, no. 2286)
Esta hadith menciona suras que haviam sido recitadas mas que já não faziam parte do Alcorão. No entanto, o que eu não tinha reparado eram as hadiths que se encontravam perto da hadith citada em cima:
Anas b. Malik reportou: Ouvi o mensageiro de Alá (que a paz esteja com ele) a afirmar isto, mas não sei se isto foi revelado a ele ou não, mas ele afirmou-o. (Sahih Muslim: bk. 5, no. 2283) 
Ibn Abbas reportou o mensageiro de Alá (que a paz esteja com ele) a afirmar: Se para o filho de Adão existisse um vale cheio de riquezas, ele ansiaria por possuir um outro tal como esse, e o filho de Adão não se sente satisfeito senão com o pó. 1413 E Alá retorna para ele quem retorna (para ele). 1414 Ibn Abbas disse: Não sei se isto é do Alcorão ou não; e na narração transmitida por Zuhair foi dito: Não sei se é do Alcorão ou não, e não mencionou Ibn Abbas. (Sahih Muslim: bk. 5, no. 2285)
Uma coisa que me saltou logo à vista foi a forma aberta como grandes companheiros de Maomé - tais como Anas b. Malik e Ibn Abbas - afirmaram não saber se o que eles afirmavam fazia ou não parte do Alcorão.

Estas hadiths confirmam outras hadiths que afirmam que o Alcorão foi recolhido de várias fontes, refutando o mito islâmico contemporâneo de que os companheiros de Maomé tinham o Alcorão "totalmente memorizado" e que tudo o que foi preciso fazer foi escreve-lo. Na realidade dos factos, o Alcorão é uma péssima junção de mitos pagãos, fábulas Cristãs, e mitologia talmudica.

Que pena que milhões de seres humanos criados à Imagem de Deus tenham dado a sua alma a seguir um livro claramente fraudulento.
--------------------------------------

domingo, 18 de maio de 2014

A vida duma criança com duas "mães"


Dito de forma simples, crescer com pais homossexuais foi muito difícil para mim, e não devido ao preconceito dos vizinhos. ... Quando a tua casa é tão drasticamente diferente das casas à tua volta, e duma forma fundamental que incide nas relações físicas básicas, tu cresces duma forma estranha. Não tenho qualquer tipo de desordem mental ou qualquer problema biológico; eu apenas cresci numa casa tão fora do comum que eu estava destinado a crescer como um pária social.

Robert Lopez
Os meus semelhantes aprenderam as regras de conduta implícitas e a linguagem corporal dentro das suas casas; eles entenderam o que era apropriado em certas situações e o que não era; eles aprenderam tanto os mecanismos sociais tradicionais masculinos como os femininos. Mesmo que os pais dos meus pares se tivessem divorciado, e muitos tinham, mesmo assim eles cresceram a observar modelos sociais masculinos e femininos. Eles aprenderam, de forma típica, como ser corajoso e inabalável por parte das figuras masculinas, e como escrever cartões de agradecimento e ser sensível por parte das figuras femininas.

Claro que isto são estereótipos, mas eles são úteis quando inevitavelmente se abandona o conforto do casa-reboque da mãe lésbica, e se tem que trabalhar para sobreviver num mundo onde toda as pessoas pensam duma forma estereotipada - até os homossexuais.

Eu nunca tive uma figura masculina a quem seguir, e a minha mãe bem como a sua parceira eram ambas totalmente diferentes dos pais tradicionais ou das mães tradicionais. Como resultado, eu tive muito poucas dicas sociais reconhecíveis a oferecer aos potenciais amigos e às potenciais amigas visto que eu nem era confiante nem sensível aos outros.

Sem surpresa alguma, eu raramente fazia amigos, e facilmente alienava os outros. Os homossexuais que crescem em casas com pais heterossexuais podem ter problemas com a sua orientação sexual, mas no que toca ao vasto universo social de adaptações não relacionadas com a sexualidade - como agir, como falar, como se comportar - eles têm a vantagem de aprender em casa. Muitos homossexuais não se apercebem da bênção que é ser criado numa família tradicional.

A minha casa não era tradicional e nem convencional. Devido a isso, eu sofri de formas que é difícil para os psicólogos classificar. Tanto nervoso mas frontal, mais tarde eu seria considerado estranho mesmo aos olhos dos homossexuais e bissexuais adultos que tinham pouca paciência para alguém como eu. Eu era demasiado estranho para eles, como o era para os heterossexuais.

A vida é difícil quando se é estranho. Mesmo agora, eu tenho muito poucos amigos e frequentemente sinto-me como se não entendesse as pessoas devido as dicas sexuais não-mencionadas que todas as pessoas à minha volta, mesmo os homossexuais criados em lares tradicionais, tomam por certo. Embora eu seja trabalhador e seja uma pessoa que aprende depressa, tenho problemas dentro dos ambientes profissionais porque os colegas de trabalho acham que eu sou bizarro.

Em termos de sexualidade, os homossexuais que cresceram em lares tradicionais beneficiaram do facto de pelo menos observarem alguns rituais de cortejamento à sua volta. Eu não sabia como me tornar mais atraente para as raparigas. Sempre que saia da casa-reboque da minha mãe, eu era imediatamente classificado como um pária devido aos meus maneirismos femininos, roupas estranhas, pronúncia defeituosa, e estranheza. Sem surpresa alguma, eu acabei a escola secundária sendo ainda virgem, nucna tendo tido uma namorada, e em vez disso, tendo ido a 4 bailes de formatura como um amigo próximo contador de piadas que apenas queria alguém que lhe ajudasse a obter uma limusine.

Quando entrei para a universidade, eu rapidamente activei os detectores de homossexuais (inglês: "gaydar") de todos, e o grupo lgbt da faculdade rapidamente caiu sobre mim, afirmando que estavam 100% certos que eu era homossexual. Quando eu me assumi como bissexual, eles disseram que eu estava a mentir e que eu apenas ainda não estava pronto para me assumir como homossexual.

O SUBMUNDO HOMOSSEXUAL

Assustado e traumatizado com a morte da minha mãe, deixei a faculdade em 1990 e caí no que só pode ser classificado de submundo homossexual. Coisas terríveis aconteceram comigo por lá.

Só quando tinha 28 anos é que subitamente dei por mim numa relação com uma mulher... Eu identifico-me como bissexual porqur seriam necessárias várias novelas para explicar o porque de ter acabado como "heterossexual" depois de quase 30 anos como homem homossexual. Não tenho vontade de lidar com activistas homossexuais a investigar-me da mesma forma que eles se envolvem e missões de "busca-e-destruição" contra os ex-homossexuais, "enrustidos", ou "homocons" [conservadores homossexuais].

Mark Regnerus
Embora eu tenha uma biografia particularmente relevante para os assuntos homossexuais, a primeira pessoa a entrar em contacto comigo, agradecendo-me por partilhar a minha perspectiva dos assuntos lgbt, foi Mark Regnerus num email com a data do dia 17 de Julho de 2012. Eu não fiz parte do seu estudo gigantesco, mas ele reparou num comentário que eu deixei num site em torno do estudo, e tomou a iniciativa de dar início a correspondência por email.

Já vivi 41 anos e ninguém - muito menos os activistas homossexuais - quis falar comigo de forma honesta acerca dos complicados tópicos homossexuais da minha vida. Só por esta razão, Mark Regnerus merece créditos - e a comunidade homossexual deveria agradecê-lo em vez de tentar silenciá-lo.

O estudo de Regnerus identificou 248 adultos que haviam sido educados por duplas homossexuais. Levados a dar uma resposta franca com a vantagem de já serem adultos, eles deram testemunhos pouco favoráveis em favor da agenda da igualdade do casamento [sic] homossexual. No entanto, os resultados tem o apoio duma coisa importante na vida chamada de senso comum: crescer duma forma diferente das outras pessoas é complicado e as dificuldades aumentam o risco da criança desenvolver desajustes  ou o risco de se auto-medicar com álcool e outros comportamentos perigosos. Sem dúvida que cada uma das 248 histórias humanas tinha muitas complexidades.

Tal como a minha história, a história destas 248 pessoas merece ser contada. O movimento homossexual está a fazer de tudo para que ninguém oiça estas histórias, mas eu preocupo-me mais com as histórias do que com os números (especialmente como professor de Inglês), e, sem ser a sua vontade, Regnerus deparou-se com uma narrativa preciosa como uma arca de tesouro.

Porquê, então, o código de silêncio por parte dos lideres lgbt? De onde me encontro, só posso especular. Valorizo muito a memória da minha mãe, mas não poupo palavras quando descrevo o quão duro foi crescer num lar homossexual. Estudos prévios examinaram crianças que ainda viviam com os seus pais [sic] homossexuais, e desde logo, eles não eram livres para falar, governados que estavam (tal como todas as crianças) por sentimentos de piedade paterna, culpa e medo de perder as suas mesadas. Por tentar falar de forma honesta, eu fui literalmente reprimido durante décadas.

SEXO DOENTIO LEVA A DOENÇAS

Especialmente prejudicial é a atitude liberal [esquerdista] de que não deveríamos fazer juízos de valor em relação ao sexo. No mundo homossexual de Bronx, eu limpei apartamentos suficientes de homens que morreram de SIDA para entender que resistir a tentação sexual é central para qualquer tipo de sociedade humana. O sexo pode ser prejudicial não só devido às infecções médicas, mas também porque nos deixa mais vulneráveis e mais susceptíveis de prendermo-nos emocionalmente a pessoas que não nos amam, de chorar aqueles que nos deixam, e de não saber como fugir daqueles que precisam de nós mas que nós não amamos. A esquerda política não entende nada sobre isto. É por isso que eu sou conservador.

As nossas crianças não chegam até nós com uma ficha limpa de imunidade legal. Embora eu seja bissexual, eu não posso lançar fora a mãe da minha criança como se ela fosse um incubadora usada. Eu tive que ajudar a minha esposa durante as dificuldades da gravidez e durante as dificuldades da depressão pós-parto. Quando ela batalha contra a discriminação contra as mães ou contra as mulheres nos locais de trabalho sexistas, eu tenho que ser paciente e escutar. Eu tenho que satisfazer as suas necessidades sexuais.

Mal eu passei  ser um pai, eu coloquei de lado o meu passado homossexual e fiz um compromisso de nunca me divorciar da minha esposa ou tomar outra pessoa - homem ou mulher - até morrer. Escolhi esse compromisso como forma de proteger a minha criança de lidar com drama prejudicial, até mesmo quando crescem e passam a ser adultos. Quando se é um pai, as questões éticas giram em volta da criança, e nós colocamos o nosso interesse próprio fora dos nossos planos . . . . para sempre.

* * * * * * *

O facto dos líderes lgbt quererem censurar as pessoas que revelam a verdadeira natureza dos relacionamentos homoeróticos diz muito sobre a sua verdadeira agenda. Nenhuma ideologia do lado da verdade teme a livre circulação de informação.
------------------------------------

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Homossexual condenado a 30 anos de cadeia

Ex-líder de escuteiros foi condenado a 30 anos de prisão depois de se declarar culpado de ter abusado sexualmente de 3 rapazes durante o tempo em que servia como líder dos Escuteiros de Keswick. No princípio deste anot, David Brian Watkins, de 50 anos, aceitou um acordo legal depois de ter sido processado por 70 acusações de contacto impróprio com alguns escuteiros. Ele declarou-se culpado de 36 acusações em Janeiro, evitando um julgamento com júri, o que poderia ter resultado em múltiplas sentenças de prisão perpétua.

Watkins, que liderou a Keswick Troop 1028 desde 2002 até 2008, admitiu ter abusado sexualmente de rapazes escuteiros durante o período de 2006 a 2009. Ele foi preso em Novembro de 2012 quando um escuteiro, que tinha 13 anos na altura mas que hoje é adulto, o reportou à polícia. Na Quinta-Feira, a Juíza Cheryl Higgins sentenciou Watkins a 10 anos de prisão por cada uma das acusações de conhecimento carnal com uma criança com idade compreendida entre os 13 aos 15. Ela suspendeu as outras 33 acusações, que o iriam colocar por trás das grades por mais 165 anos.

Antes da sua sentença, Watkins pediu clemência ao tribunal, mas a Acusação, na pessoa de Darby Lowe, leu segmentos dum relatório ao tribunal onde Watkins havia dito à policia que havia sido o rapaz a iniciar o contacto sexual. Segundo o Charlottesville Daily Progress, Watkins declarou que havia sido ele quem havia sentido como se o tivessem violado. A advogada de defesa de Watkins, Andre Hakes, disse também que os rapazes envolvidos aceitaram ter contacto sexual com o ex-líder de escuteiros:

Estes relacionamentos sexuais foram contínuos, e embora eles tenham sido com crianças com menos de 18 anos, os mesmos foram consensuais. David Watkins não é só estes crimes. Ele é responsável por eles, mas eles não são tudo o que ele é.

Antes de emitir a sua sentença, a Juíza expressou a sua preocupação com o facto de Watkins e a sua defesa terem errado ao não terem tido qualquer tipo de contrição em torno do comportamento de Watkins:

O que é especialmente preocupante para o tribunal neste caso é falta de reconhecimento por parte do acusado.

Depois da sua prisão, há 2 anos atrás, Kelly Clark, advogada de Portland que venceu um processo legal apresentado por um antigo escuteiro que alegou ter sido abusado pelo líder de escuteiros assistente, disse aos repórteres que o caso de Watkins reforça as suas preocupações em torno da organização:

Isto diz-nos duas coisas em relação aos Escuteiros: primeiro, que há um problema sério em relação ao abuso sexual dentro dos Escuteiros. Segundo, muitas organizações [tais como os Escuteiros] colocam os seus interesses à frente dos interesses das crianças.

Tal como reportado previamente, milhares de documentos foram tornados públicos em 2012, revelando evidências de abusos duradouros e difundidos entre os Escuteiros da América. Os documentos, que os Escuteiros tentaram manter em segredo, continham informação recolhida desde o seu início (1910) incluindo cartas das vítimas e dos pais, bem como memorandos e notas manuscritas. Algumas das alegações foram confirmadas enquanto que outras ainda não.

No seu todo, 14,500 páginas de evidências foram tornadas públicas.


* * * * * * *
Se os Escuteiros realmente tentaram manter os abusos sexuais em segredo, então eles têm que ser legalmente responsabilizados por isso. Mas o "curioso" desta notícia, e sem surpresa alguma, é que a advogada Kelly Clark não tenha tido a coragem de falar no elefante dentro da sala: quem practica os abusos sexuais de jovens Escuteiros são homens que têm atracção por jovens do mesmo sexo, isto é, os violadores são todos homossexuais.

Levando isto em conta, torna-se mais claro o porquê dos Escuteiros batalharem tanto para impedir que líderes de escuteiros assumidamente homossexuais façam parte dos seus quadros. Para os mentalmente desafiados, convém ressalvar uma coisa bem óbvia: nem todos os homossexuais são pedófilos, mas os homossexuais estão desproporcionalmente representados nos casos de abuso de menores. Por exemplo, se os homossexuais são 2% da população total, eles são responsáveis por 30% ou 35% dos casos de abuso de menores. Ou seja, a sua representação no crime é bem maior que a sua representação na sociedade.

Se o propósito da advogada Kelly Clark fosse o bem estar das crianças, sem dúvida que ela não deixaria de falar neste ponto politicamente incorrecto; mas como o seu propósito nâo é o bem estar das crianças, então ela nem chega a mencionar o dado que poderia aumentar ainda mais a segurança das crianças, por mais que os activistas homoeróticos não gostem do que os dados revelam.

Portanto, existe um problema sério sim, mas não é com os Escuteiros, mas sim com o comportamento homoerótico.
----------------------------------------------------

domingo, 4 de maio de 2014

Interesses Feministas na Auto-Avaliação da Masculinidade


Fonte [*]

Um dos tópicos mais polêmicos nas conversas sobre gênero é a forma como os homens estão mudando no século 21 ou o que algumas pessoas se referem como “a Nova Masculinidade.” Esta pode ser definida como uma alternativa, ou futura safra de homens ou valores masculinos na sociedade ocidental que se destina a desviar ou dissociar-se da masculinidade histórica e/ou tradicional e dos valores masculinos. A “masculinidade tradicional” é constantemente definida pelas feministas como algo destrutivo e/ou prejudicial para a sociedade moderna em geral, e para as mulheres e crianças em particular. Uma faceta dessa discussão, que tem recebido um foco especial, é a forma como os homens estão rejeitando os papéis tradicionais de gênero e abandonando as expectativas da sociedade que têm “definido” a masculinidade.

Como muitas pessoas que acompanham as discussões do Men's Rights Activism [MRA] devem ter notado, as discussões sociais dos papéis de gênero e os “chamados” valores masculinos são secundários nos debates principais do MRA sobre desigualdade jurídica. No entanto, é recomendável que nos dediquemos a esse tipo de discussão, especialmente por causa dos recentes ataques contra os homens no geral, e também direcionados a muitos de nós (especialmente nossos irmãos mais novos), por rejeitar seus papéis tradicionais como provedores da família e até mesmo por rejeitar o conceito da família tradicional. À luz das atuais mudanças econômicas e sociais no panorama ocidental de gênero (EUA, em particular), o destino da “Nova Masculinidade” é de grande interesse para as feministas de todas as vertentes e, se quisermos continuar a sermos relevantes no nosso próprio futuro, devemos nos interessar pelo assunto também.

Quando as mulheres começaram a rejeitar seus papéis históricos na “família tradicional,” isso foi elogiado como um avanço na agenda progressista [para as mulheres e a igualdade]. Mas quando os homens começaram a fazer o mesmo, de repente, a mesma ação foi enquadrada como uma outra maneira dos homens oprimirem as mulheres. O feminismo está divulgando-se como sendo o único guardião do re-exame de gênero para ambos os sexos e evidências demonstram que há uma oposição significativa contra os homens que tomam os mesmos passos em direção a sua própria redescoberta assim como as mulheres fizeram - especialmente sem a supervisão feminista. Você sempre lê sobre as feministas que buscam eliminar os papéis de gênero que se ligam tanto a homens quanto mulheres. Você provavelmente esperaria que as feministas comemorassem que os homens estejam buscando caminhos para além dos papéis tradicionais de gênero. Mas como os dois artigos mostram, este não é o caso.

Eu postulo que os artigos acima ilustram e tipificam um ponto de vista feminista significativo sobre os homens reexaminarem e redefinirem a sua idéia de masculinidade, bem como rejeitar as expectativas tradicionais femininas. E o que esses artigos e outros como eles mostram é que as feministas como Hymowitz, Marcotte e outros (incluindo homens feministas como Jackson Katz e Hugo Schwyzer) não gostam nem um pouco. E, assim, as verdadeiras motivações de um número significativo de feministas (da segunda onda e adiante) são reveladas. O feminismo deles foi um movimento destinado a redefinir as convenções de gênero em favor de uma agenda política. De acordo com o feminismo deles, as mudanças políticas e sociais que estavam sendo implementadas foram feitas para as mulheres se superarem.

No entanto, as necessidades dos homens foram desconsideradas nessas mudanças amplamente forjadas na sociedade ocidental e mesmo agora, as preocupações e as necessidades do sexo masculino são um adendo para aqueles que continuam a comandar o avanço e a manutenção dessas mudanças. Além disso, como esses dois artigos e muitos, muitos, outros artigos semelhantes de pensadoras feministas [de convicções idênticas] sugerem, as considerações e necessidades dos homens ainda são apenas secundárias em relação as considerações e necessidades das mulheres. Mas agora que os homens estão fazendo a mesma coisa, é um grande problema (...) para as mulheres. Como as mulheres na década de 70, os homens não querem se tornar os “provedores da família,” ou até mesmo se envolver no ato de criar famílias. Além disso, eles não desejam abraçar os papéis históricos que os homens detêm na sociedade humana. Eles buscam a garantia de seus próprios interesses e aprendem a aproveitar a vida fora da “corrida destrutiva” do trabalho, que tem sido o objetivo tradicional dos homens ocidentais. Mas pior ainda, aqueles homens que ainda optam por seguir esse caminho tradicional encontraram cada vez mais obstáculos econômicos, legais e sociais impedindo-os de fazê-lo. Apesar das questões relacionadas com as mudanças que os homens têm experimentado recentemente com a economia, a saúde mental, física e social as motivações primárias para estes artigos recentes que examinam esses problemas com os homens “abandonando” a sociedade e tornando-se desempregados e sem instrução, é a forma como estes problemas afetam as mulheres.

Ainda não acredita no que digo sobre as feministas se irritarem quando os homens começam a fazer as “perguntas erradas?” Procure se informar sobre o Good Men Project [GMP] e seu fundador, Tom Matlack. Seus antigos “aliados” feministas o atacaram coletivamente como uma piranha ferida por causa de uma conversa que teve com eles (Marcotte, Harding, Ponzer, Schwyzer, entre outros... incluindo a culturalmente irrelevante Rosanne Barr) onde fez uma pergunta simples, ele perguntou: “Por que as mulheres não podem aceitar os homens como eles realmente são? Um bom homem se parece mais como uma mulher ou é verdadeiramente masculino?

Toda esta situação é composta de um truísmo: aliados feministas masculinos são bem-vindos, desde que eles sejam úteis e saibam o seu lugar. Tom Matlack ficou empolgado demais com suas amigas feministas “igualitárias” que esqueceu de si mesmo, e o resultado tem sido um caos perigosissímo instalado no GMP. Matlack e seu CEO, Lisa Hickey têm feito de tudo para salvar o GMP dos constantes ataques desferidos pelas feministas. Se eles viessem me pedir conselhos, eu diria a eles para terem culhões, suportarem os ataques, e manterem suas convicções. Mas não acredito que eles terão coragem para fazer algo desse tipo...

Cada vez mais a percepção pública dos homens é progressivamente menos favorável do que no passado. Comerciais mostram os homens como palhaços sem esperança ou intrometidos desalmados. Poucos “filmes românticos” colocam os homens sob uma perspectiva equivalente ao de suas co-estrelas femininas. No entanto, alguns diretores estão rompendo com esse estereótipo e mostrando homens mais realistas. Homens como Judd Apatow (que Hymowicz menciona em seu artigo), Greg Mottola, e Seth Rogen, fizeram suas carreiras satirizando a “nova masculinidade.” Mas esses filmes fazem questão de mostrar o contraste masculino entre falhas pessoais e, a aceitação da própria masculinidade de uma forma que, eventualmente, mostra de boa fé os homens que eles realmente são. Em suma, estes cineastas estão usando seus filmes para examinar os valores masculinos sob um pontos de vista próprio [isto é, sem passar por uma supervisão feminista] e, portanto, algumas feministas (como as mencionadas anteriormente) ficam de picuinha com esses filmes.

O que isso tudo revela é que há um problema dentro do feminismo com os homens tentando alcançar a consciência e transcender as limitações históricas impostas ao nosso sexo. Enquanto há feministas por aí que provavelmente não concordam com o que está sendo feito com os homens, em nome do feminismo, até que elas finalmente se encham de coragem para falar e fazer algo a respeito de suas colegas misândricas, elas serão igualmente cúmplices deste ato de marginalização flagrante.

No entanto, há algo além disso: estamos nos tornando eficazes o suficiente para deixar muitas dessas feministas preocupadas ao ponto delas estarem trabalhando ativamente para tentar nos impedir de buscar a nossa própria iluminação fora do paradigma feminista. Homens estão procurando, cada vez mais, seu próprio caminho para transcender as expectativas tradicionais que foram colocadas em cima de nós onde muitas dessas feministas estão tentando nos manter.

Os homens precisam encontrar uma maneira de resolver a confusão que a masculinidade se tornou. E o primeiro passo é dar um fim à noção pitoresca de que a resposta para os direitos dos homens é “mais feminismo.” É como dizer que a resposta para o câncer de pulmão são mais cigarros. Todos nós precisamos lidar com isso como “irmãos”; nós precisamos nos reunir e resolver os problemas que envolvem o nosso sexo. Precisamos procurar as pessoas que estão se preocupando com essas questões e nos unirmos a eles para encontrar as respostas. Precisamos apoiar uns aos outros como homens e machos. Precisamos ser mentores para os nossos filhos, irmãos dos homens de todos os credos e cores, e o mais importante, precisamos estar dispostos a abraçar os modos emergentes de vida masculina. E mais importante, precisamos fazê-lo antes que as feministas façam isso por nós.

Podemos fazer isso... como homens e como irmãos.

[*] traduzido com algumas adaptações.

* * * * * *

O caminho para se resolver a confusão que a masculinidade se tornou é rejeitar com veemência os resultados da revolução sexual que beneficiam apenas a agenda política esquerdista pois tanto a desigualdade jurídica, a decadência moral e os movimentos pela legalização e normalização de perversões sexuais partem diretamente da institucionalização das mudanças proporcionadas pela revolução sexual. Um passo importante a se dar, e complementar ao sugerido no artigo, é recorrer a sabedoria milenar independente das crenças religiosas que o leitor tenha e aspirar às virtudes cardeais.

O vídeo abaixo apresenta uma reflexão do Padre Paulo Ricardo sobre o novo modelo de masculinidade adotado pelo pensamento moderno:


Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

ShareThis