Um
dia desses, eu
tive uma discussão acalorada sobre aborto com uma colega de classe
feminista e, no desenrolar de sua argumentação, notei que ela tinha
a peculiaridade de elaborar toda a sua retórica pró-escolha em
torno do verbo escolher.
Ela afirmou
que os Republicanos querem dizer às mulheres o que fazer com os seus
corpos ao acabar
com o financiamento estatal da Planned Parenthood. Também disse que
as mulheres têm o direito de escolher o que fazer com os seus
corpos, e negar o aborto a elas seria forçá-las a ficarem grávidas
e, dessa
forma,
forçá-las a serem mães. O
que realmente me incomodou foi ela dizer que uma mulher tem o direito
de escolher ser mãe.
Eu
percebi que a discussão estava ficando cheia
de
jargões
esquerdistas, então eu decidi elaborar todas as minhas respostas
usando o verbo escolher,
da
mesma forma que ela vinha fazendo.
Comecei
informando-a
de
que
a primeira escolha que uma mulher faz quando se trata de gravidez é
escolher
fazer sexo e, ao escolher
fazer sexo, ela está por sua vez escolhendo
ser uma mãe. Apesar de nem todas as relações sexuais resultarem em
gravidez, toda gravidez resulta do
sexo.
Portanto, se uma mulher saudável e fértil escolhe
ter
relações sexuais consensuais, ela está escolhendo
a
possibilidade de ficar grávida, e por conseguinte, está
escolhendo
ser
uma mãe. Quando eu disse isso, minha colega de classe, uma
quase
cinquentona, ficou desconcertada.
Eu
realmente não esperava que ela fosse perder a discussão (apesar de
isso ter sido incrível). Ela não sabia que o sexo pode originar uma
gravidez? Toda vez que uma feminista discute a questão do aborto,
o sexo nunca entra na conversa (a não ser em casos de estupro ou
incesto). Os pró-escolha querem escolher apenas quando o bebê (ou o
feto, segundo eles) já está no útero. Para começar, como é que o
bebê apareceu lá? O sexo consensual é um fato embaraçoso para os
abortistas.
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Esse é um ótimo exemplo de como obter o controle do frame em uma discussão. A estratégia aplicada aqui foi a de se apropriar dos elementos retóricos da oponente e usá-los contra ela própria. Quem define os termos do debate tem a vitória na mão, portanto, em hipótese alguma permita que um esquerdista aplique seus jargões (direito de escolher, machismo, fascismo, islamofobia, etc) e saia como se nada tivesse acontecido. Desmascare-o no ato ao expor esses conceitos ao ridículo, fazendo com que ele não tenha onde esconder a cara. Se fizer isso, pode ter certeza que o meliante pensará mil vezes antes de falar idiotices perto de você de novo.
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