sábado, 13 de junho de 2015

A experiência britânica e algumas verdades inconvenientes


No Reino Unido, não existe ninguém como Carol Giligan, Mary Pipher, ou uma instituição como a AAUW. Portanto, não surpreende o fato de que lá a verdade objetiva acerca da má performance masculina nas escolas seja divulgada para a população. Por mais de uma década, os jornais britânicos relatam o incômodo deficit escolar dos estudantes. O Times, de Londres, chamou atenção para a possibilidade de estar se formando “uma subclasse de homens sem habilidades, permanentemente desempregados.” “O que há de errado com os meninos?”. Questionou o Glasgow Herald. O The Economist se referiu aos homens como o “segundo sexo do futuro”. No Reino Unido, a população, o governo e as instituições de ensino estão bem cientes do crescente número de meninos com desempenho abaixo da média, e estão buscando formas de como ajudá-los. Eles deram um nome para esses garotos - “grupo náufrago” - e chamam o que aflige esses jovens de “ladismo”.

A mais impressionante diferença entre o Reino Unido e os Estados Unidos talvez sejam as políticas governamentais. Enquanto o governo britânico está combatendo e lidando corretamente com o fraco desempenho acadêmico masculino, considerando-o um sério problema nacional, as autoridades americanas estão se comportando como uma linha auxiliar da AAUW, seguindo obedientemente as diretrizes políticas das feministas, incluindo as iniciativas para aumentar a autoestima das meninas e ajudá-las a reencontrar suas “vozes”. O Departamento de Educação dos Estados Unidos distribuiu mais de 300 panfletos, livros e anúncios sobre igualdade de gênero, e nenhum deles tinha o objetivo de ajudar os meninos a alcançar a paridade com as garotas nas escolas do país. Enquanto o drama dos meninos vem crescendo, sem qualquer expectativa de melhora, os programas que visavam ajudar as meninas só se multiplicavam. A mais nova iniciativa se chama Girl Power! Em 1997, a secretária de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, Donna Shalala, lançou o Girl Power! para promover a conscientização da população a respeito da desmoralização das meninas americanas. A Fundação Nacional de Ciência gasta milhões de dólares a cada ano ao oferecer programas de ajudar as meninas em ciências e matemática. Já a ideia de se ministrar aulas extras de leitura e escrita especialmente para os meninos nunca sequer passou pela cabeça das feministas. Os garotos são o gênero em risco, mas ninguém está pedindo dinheiro para enfrentar esse déficit acadêmico.

Nesse clima tão inóspito para os meninos, os educadores americanos que desejam ajudá-los se deparam com enormes obstáculos. No Condado de Prince George, em Maryland, próximo a Washington D.C., há um grande número de escolas públicas, onde a maior parte dos alunos são negros e pobres. De acordo com um membro da direção de uma das escolas, muitos dos meninos “estão por baixo em todos os sentidos, em todos os indicadores econômicos e em todos indicadores de desenvolvimento.” Para ajudar esses garotos, o condado organizou uma “Iniciativa de Desempenho para Homens Negros”. No início dos anos 90, aproximadamente 40 homens jovens se encontravam duas vezes por mês com um grupo de profissional de homens para tutoria e aconselhamento. O programa foi muito popular e efetivo, mas em 1996 ele foi radicalmente reestruturado por ordem do Gabinete de Direitos Humanos do Departamento de Educação. Segundo o Departamento, o programa discriminava as meninas. A mulher que presidia a comissão de diretorias das escolas do Condado de Prince George ficou muito satisfeita: “O ponto aqui é que nós estamos prejudicando as estudantes, e não deixaremos isso acontecer de novo.”

Nos Estados Unidos, as ideias propostas para ajudar a população masculina normalmente são ceifadas antes mesmo de terem a chance de criar uma raiz. Em 1996, as escolas públicas da cidade de Nova York fundaram a Escola de Liderança para Jovens Mulheres, uma escola pública só para meninas em East Harlem. A escola é um grande sucesso e muitos veículos de comunicação, incluindo o The New York Times, pressionaram então ao então secretário de educação Rudy Crew para que também fosse criado um “centro de excelência para os meninos”. Crew rejeitou a ideia de uma escola apenas para garotos nos mesmos moldes da Escola de Liderança, se referindo a ela como uma forma de reparo às práticas educacionais do passado, que negligenciavam as garotas, o que faz com que escolas exclusivamente femininas sejam moralmente admissíveis. Como ele disse ao Times, “Essa é uma situação onde a existência de colégios só para meninas são uma importante afirmação sobre viabilidade da educação das meninas, e quero continuar a fazer essa afirmação.” Presumivelmente, tal afirmação perderia toda a sua força e sentido se uma escola exclusivamente masculina fosse mantida ao mesmo tempo.

Que mensagem esse tipo de declaração passa aos meninos de East Harlem? Para começar, mulheres afro-americanas superam enormemente os homens afro-americanos em números de estudantes nas instituições de ensino superior. De acordo com o Jornal dos Negros na Educação Superior, “As mulheres negras nos Estados Unidos respondem por quase todas as conquistas de negros inscritos em universidades pelos últimos 15 anos.” Em 1994, por exemplo, as mulheres afro-americanas obtiveram 63% dos diplomas de bacharelado de 66% dos de mestrado obtidos pelos afro-americanos naquele ano. Nas universidades historicamente negras, as mulheres abrangem 60% das matrículas, e compõem 80% do quadro de honra, e as disparidades estão aumentando.

O que aconteceu com os homens negros entre as décadas de 80 e 90? Essa seria outra questão suscetível a uma análise minuciosa durante uma conferência da PEN, e deveria ter sido levada a sério pelo secretário Crew. Mas, nos ciclos de discussão sobre igualdade de gênero, essa questão é de menor importância, se não um tabu.


A verdade sobre os meninos

A despeito do clima anti-masculino criado pelas feministas, a preocupação para com a situação dos garotos estava aumentando, e no fim dos anos 90 o mito da menininha frágil estava sendo desmascarado. Artigos sobre os déficits educacionais masculinos começaram a surgir nos jornais americanos com manchetes muito parecidas com essas, que apareciam na imprensa britânica: “As universidades americanas começam a se perguntar, para onde foram os homens?”, “Como os garotos perderam para o poder feminino”, “Pesquisas mostram que as meninas tomaram a dianteira nas escolas”, e “Meninas superam os meninos em performance escolar.” Estudos mostrando a existência de uma grande disparidade de gênero na educação desfavorável aos meninos começaram a emergir. Foi nessa época que a mídia tomou ciência do que estava ocorrendo.

A associação Horatio Alger, uma organização que há 50 anos se dedica à promoção e à afirmação da iniciativa individual e do “sonho americano”, publicou uma pesquisa sobre rendimento escolar em 1998. O estudo contrastou 2 grupos de estudantes: os altamente “bem sucedidos” (aproximadamente 18% dos estudantes americanos) e os “desiludidos” (aproximadamente 15% dos estudantes). Os estudantes do grupo bem sucedido trabalham duro, escolhem assistir às aulas mais desafiadoras, fazem do dever de casa uma prioridade, tiram boas notas, participam de atividades extracurriculares e sentem que seus professores se preocupavam com eles e os ouvem. De acordo com o relatório, o grupo bem sucedido é composto em 63% por meninas e em 37% por meninos. Por outro lado, os estudantes desiludidos são pessimistas a respeito de seu próprio futuro, tiram notas baixas, possuem o menor contato possível com seus professores, e acreditam que “não existe ninguém a quem eles possam pedir ajuda.” O grupo desiludido poderia ser acertadamente caracterizado como desmoralizado. Segundo o estudo, “aproximadamente 7 em cada 10 estudantes desse grupo são meninos.”

Na primavera de 1998, Judith Kleinfeld, uma psicóloga da Universidade do Alaska, publicou uma minuciosa crítica sobre as pesquisas das feministas denominada The myth that School Shortchange Girls: Social Science in the Service of Deception. Kleinfeld expôs vários erros e concluiu que a pesquisa da AAUW e do Wellesley Center sobre as garotas era pura “política travestida de ciência.” O relatório de Kleinfeld levou muitos jornais, incluindo o The New York Times e o Education Week, a reconsiderarem suas antigas declarações acerca das meninas que estavam em situação trágica.

A AAUW não respondeu adequadamente a nenhuma das significativas objeções feitas por Kleinfeld: Ao invés disso, sua presidente, Maggie Ford, reclamou na coluna de cartas do The New York Times que Kleinfeld estava “reduzindo os problemas de nossas crianças a essa insignificante disputa de 'quem está pior, os meninos ou as meninas?' que não nos leva a lugar nenhum.” Para a líder de uma organização que passou quase uma década promovendo a ideia de que as meninas americanas estão sendo “prejudicadas”, esse comentário é um tanto surpreendente.

A diretora executiva da associação, Janice Weinman, deu uma explicação mais sincera para a persistente negligência dos problemas masculinos pela AAUW: “Nós somos a Associação Americana de Mulheres Universitárias”, disse ela, “e nossa missão é cuidar da educação de meninas e mulheres.” Essa seria uma justificativa plausível, caso as feministas não tentassem incansavelmente promover a ideia de que os meninos estavam injustamente em vantagem, enquanto as meninas eram neglicenciadas. A AAUW não simplesmente ignorou os problemas dos garotos, ela também se recusou a reconhecê-los, treinando professores, durante sua Conferência de Lideranças, para que se defendessem de questionamentos a respeito dos déficits masculinos, e comparando aqueles que questionassem o preconceito contra as meninas a “revisionistas do holocausto” em suas publicações.

Nesse contexto, deveria se salientar que, enquanto Gilligan e a AAUW criaram e divulgaram com sucesso o mito da menina emudecida, tal mito jamais se fez presente entre os próprios estudantes. A AAUW estava ciente de que a maneira pela qual os estudantes pensavam em si mesmos e em seus professores não estava de acordo com o discurso oficial apresentado ao público. Analisando as opiniões e experiências de estudantes de ambos os sexos, a AAUW descobriu que são os meninos que se sentem rejeitados e, as meninas que se sentem beneficiadas pelos professores. Mas, evidentemente, os seus líderes não consideraram como missão da associação a publicação dessas descobertas nos folhetos que anunciaram a grandiosa tragédia feminina.

Mas será que algo de valor pode ser retirado dessa crise feminina criada em laboratório? Existem alguns pontos positivos. Pais, professores e diretores estão agora mais atentos às dificuldades das meninas em matemática e ciências, e oferecem mais apoio às participações delas em equipes esportivas. No entanto, esses benefícios poderiam e deveriam ter sido obtidos sem que se promulgasse um mito sobre meninas incrivelmente diminuídas ou se apresentasse os meninos como o sexo injustamente privilegiado.

Um garoto hoje, mesmo não tendo nenhuma culpa, acredita que ele próprio cometeu o crime de “causar prejuízo” às meninas. Já a supostamente emudecida e maltratada garotinha sentada ao lado dele tem maiores chances de ser uma boa aluna. Ela não é apenas mais articulada, mas também é uma pessoa mais madura, compromissada e equilibrada. Ele talvez esteja embaraçosamente ciente de que as meninas são mais suscetíveis de irem para as universidades, e talvez ele acredite que seus professores preferem estar rodeados de meninas, dando atenção a elas. Ao mesmo tempo, ele está embaraçosamente ciente de que ele é considerado membro de um “gênero dominante” injustamente privilegiado.

Os meninos americanos estão sendo deixados para trás por seus pares femininos, academicamente falando. Para ajudá-los, o primeiro passo a ser dado deve ser a demonstração de repúdio ao feminismo militante, que distorce a questão ao inventar mil e uma mentiras a respeito das diferenças entre os sexos nas escolas. O próximo passo é fazer todo o esforço possível para que seja feita uma indispensável análise, com dados honestos e objetivos, sobre a natureza e as causas dessas diferenças. No entanto, nenhum passo pode ser dado enquanto a falaciosa campanha feminista ainda possuir qualquer tipo de crédito com a opinião pública.

A mídia e as instituições de ensino podem ajudar divulgando os estudos do Departamento Americano de Educação, da MetLife, do Instituto de Pesquisa e da Associação Horatio Alger, bem como as pesquisas acadêmicas feitas por Larry Hedges e Amy Nowell, por Judith Kleinfeld e por Valerie Lee e seus parceiros. Todos esses estudos expõem as mentiras disseminadas pelas feministas, e todos mostram que o termo “meninas prejudicadas”, tão usado por elas, não passa de uma piada.

É chegada a hora da população americana tomar ciência das descobertas que suplantam e contradizem a visão normalmente aceita de que as meninas estão academicamente atrás dos meninos. Devido ao fato da população britânica ser melhor informada acerca de seus jovens, as escolas britânicas deram um primeiro passo importante ao criar programas com o objetivo de tirar os meninos da categoria de “desiludidos” e lidar com seu insucesso crônico. Nós temos muito a aprender com tais iniciativas e com a saudável e sensata abordagem feita para resolver um problema que eles corretamente veem como uma emergência nacional. No entanto, até o momento, os problemas dos meninos são invisíveis.

O que está por vir?

Os teóricos do gênero e ativistas que no passado tinham pouco a dizer sobre os meninos recentemente começaram a nos dizer que eles também precisam de atenção – não porque as escolas estão sendo negligentes com as necessidades acadêmicas deles, mas porque, “sob o patriarcado”, homens são familiarizados com comportamentos masculinos destrutivos. Especialistas de gênero de Havard, Wellesley, Tufts e das principais organizações feministas acreditam que nossos meninos e homens continuarão a ser sexistas (e potencialmente perigosos) a não ser que esse mal convencional seja arrancado deles. Pode ser que seja tarde demais para mudar os adultos: mas os meninos, por outro lado, ainda podem ser salvos – desde que sejam doutrinados desde cedo. Tal tipo de pensamento é um desafio que muitos dos defensores da “igualdade” estão ansiosos para enfrentar. Como uma importante oradora em um seminário de especialistas em igualdade de gênero disse à sua audiência, “Nós temos uma incrível oportunidade, crianças são tão maleáveis...”.

A crença de que os meninos estão sendo erroneamente “masculinizados” está inspirando um movimento para “construir a infância” de modo que os garotos se tornem menos competitivos, mais expressivos emocionalmente e mais sensíveis - em outras palavras, mais parecidos com meninas. Gloria Steinem resume a visão de muitas feministas quando diz: “Nós precisamos criar os meninos como criamos meninas”.

A agenda feminista não é uma utopia fantasiosa. Na verdade, como demonstrarei, um movimento para a destruição da masculinidade já está em andamento, obtendo razoável sucesso. E, como muitas outras bem-intencionadas mas mal concebidas reformas e revoluções, esse movimento tem enorme potencial para fazer de muitas pessoas - nesse caso, milhões de jovens - infelizes e miseráveis.

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Novas descobertas e observações discordantes

Na edição de 7 de julho de 1995 da revista Science, Larry Hedges e Amy Nowell, pesquisadores da Universidade de Chicago, observaram que as deficiências femininas em matemática eram pequenas, mas não insignificantes. Eles perceberam que essas deficiências poderiam afetar adversamente o número de mulheres que “se sobressaem em cargos técnicos e científicos”. Quanto às habilidades de escrita dos meninos, eles escreveram que “A grande diferença entre os sexos na escrita... é alarmante. Tais dados insinuam que os homens, em média, estão em uma profunda desvantagem na performance dessa habilidade básica”. Hedges e Nowell continuam com o aviso, “Os números normalmente maiores de homens com os piores resultados na leitura e na escrita também possuem implicações políticas. Parece provável que os indivíduos com tais habilidades tão mal desenvolvidas terão dificuldade em conseguir um emprego em uma economia cada vez mais regida pela informação. Então, alguma intervenção pode ser necessária para permiti-los a participar da sociedade construtivamente.”

Hedges e Nowell descreveram um sério problema de dimensão nacional, mas devido ao foco ter sido direcionado exclusivamente às deficiências femininas, esse não é um problema que os americanos conhecem muito sobre ou mesmo suspeitam que exista. É muito difícil olhar para os dados escolares de adolescentes ou os mais recentes dados sobre os estudantes universitários sem chegar à conclusão de que as meninas e as mulheres jovens estão prosperando, enquanto suas contrapartes masculinas estão definhando.

Em 1995, talvez em reação às críticas – de um crescente número de pesquisadores que não se deixaram ser enganados – a AAUW encomendou um estudo mais sério sobre o desempenho acadêmico dos sexos. Esse estudo, denominado The Influence of School Climate on Gender Differences in the Achievement and Engagement of Young Adolescents, feito pela professora da Universidade de Michigan Valerie E. Lee e seus associados, foi publicado sem a costumeira fanfarra com que a AAUW anuncia suas pesquisas, e isso não surpreende. O estudo de Lee sugere intensamente que os relatórios anteriores sobre uma trágica desmoralização que as jovens americanas vêm sofrendo têm sido muito exagerados.

Lee e seus parceiros de pesquisa analisaram dados sobre o desempenho e comprometimento escolar de mais de 9.000 meninos e meninas do 8o ano e descobriram que as diferenças entre eles poderiam ser classificadas de “pequenas a moderadas.” Além do mais, o padrão das diferenças de gênero não possui uma “direção consistente”. Em algumas áreas, as meninas se sobressaem. Em outras, os meninos são melhores. O estudo também mostrou que as meninas são mais comprometidas academicamente que os meninos: elas estavam melhor preparadas para assistir às aulas, possuíam melhor histórico de presenças, e evidenciavam um comportamento acadêmico mais positivo, em sua totalidade.

As conclusões sensatas de Lee na pesquisa patrocinada pela AAUW se basearam nos dados do Departamento de Educação dos Estados Unidos e eram totalmente coerentes com as descobertas de Hedges e Nowell. Mas eles estavam em desacordo com o distorcido quadro que a AAUW tinha vendido anteriormente com sucesso para o público americano e para o Congresso. Lee concluiu que “A opinião pública acerca das questões dos gêneros nas escolas precisam sofrer algumas mudanças... A desigualdade pode (e faz) a diferença em ambas as direções.” No tanto quanto me foi possível verificar, o estudo objetivo e competente de Valerie Lee não foi citado em nenhum jornal.

A AAUW não gastou 150.000 dólares divulgando a pesquisa de Lee, e nem mesmo suavizou sua própria retórica sectária. Pelo contrário, as visões discordantes provocaram uma grande ira na associação, que se tornou abusiva. Na primavera de 1997, o boletim da AAUW, o AAUW Outlook atacou os “revisionistas do preconceito de gênero” que, “como John Leo, Christina Hoff Sommers e outros colunistas locais”, questionaram o mito da menininha frágil: “Todos nós já ouvimos a histórias revisionistas. Sempre haverá aquelas pessoas que insistirão que o Holocausto não aconteceu... Os revisionistas frequentemente distorcem os fatos tão profundamente que eles assumem a história de uma forma que ela perde toda a sua semelhança com a realidade.”

No verão de 1997, a AAUW seguiu com os ataques aos seus críticos com uma “Conferência de Lideranças” que durou 4 dias, na qual a assessoria de comunicação da associação treinaram 30 professores e outros “defensores da igualdade” com estratégias de como lidar com os “revisionistas na mídia e em outros lugares. Eu fui a uma das sessões na sede da AAUW, em Whashington D.C. (Eu não era uma pessoa bem-vinda ali e, em um dado momento, pediram educadamente para que eu me retirasse). Fora da sala onde ocorria a conferência, havia mesas cheias de lembrancinhas sobre meninas em cirse. Os professores poderiam comprar “ursinhos de pelúcia da igualdade”, canecas de café, e camisas com o slogan “Quando nós prejudicamos as meninas, prejudicamos a América”. Também havia broches com os dizeres “Eu sou uma estrela”, voltados para as meninas com baixa auto-estima.

A assessoria da AAUW preparou os professores para lidar com questões sobre os meninos. Em um seminário de treinamento especial denominado “Porque focar nas Garotas?”, os professores ensaiaram suas respostas aos questionamentos sobre os meninos e a equipe da AAUW criticou a performance. Um dos “treinadores da igualdade” aconselhou aos professores para que eles usem “as palavras e frases chaves da AAUW” tanto mais quanto possível – especialmente a preferida deles, “meninas prejudicadas”. Os treinadores pediram para que os professores praticassem usando uma “linguagem confiante”, com expressões como “a pesquisa mostra que.”

Embora a sede da AAUW onde essa conferência ocorreu estivesse no epicentro do movimento da crise feminina, alguns dos professores que participaram estavam temerários de defender tais ideias na frente de meninos. Uma jovem professora de Baltimore relatou que em sua escola os garotos eram tão vulneráveis quanto as garotas - “se não mais”. E, em uma discussão sobre como defender do caráter exclusivamente feminino da prática de se levar as filhas para o serviço no dia do trabalho, 4 professores protestaram, dizendo que os meninos também deviam ser incluídos. Em ambos os casos, os especialistas em igualdade da AAUW suavemente trouxeram o foco da discussão de volta para as meninas.


Outras observações discordantes

As feministas amam se reunir em grupos para contar histórias sobre como as garotas estão sendo prejudicadas. Em novembro de 1997, a Rede de Educação Pública (PEN), um conselho de organizações que ajudam as escolas públicas, patrocinou uma conferência denominada “Gênero, Raça e Desempenho Estudantil”. Os principais nomes que participaram da conferência foram Carol Gilligan e Cornel West, um professor de estudos afro-americanos e filosofia da religião na Universidade de Harvard. Gilligan falou sobre como as meninas e mulheres “perderam suas vozes”, como elas “foram inferiorizadas” na adolescência, e como professoras são “nulas”, tendo sido “emudecidas” pela “estrutura patriarcal” que domina nossas escolas. Cornel West falou sobre a necessidade que ele teve de superar seus próprios sentimentos de “supremacia masculina.”

Mesmo no mais politicamente correto dos encontros, as sérias deficiências dos meninos vieram à tona. No primeiro dia de conferências, durante uma sessão especial de três horas, a equipe da PEN divulgou o resultado de uma nova pesquisa, entitulada The American Teacher 1997: Examining Gender Issues in Public Schools. A pesquisa foi financiada pela Companhia de Metropolitana de Seguros de Vida (MetLife), como parte de sua série sobre os professores americanos, e foi conduzida pela Louis Harris & Associates.

Durante um período de três meses em 1997, 1.306 estudantes e 1.305 professores das turmas do sétimo ano do ensino fundamental ao terceiro ano do ensino médio responderam várias perguntas sobre igualdade de gênero. O estudo da MetLife não foi encomendado por nenhuma organização feminista, logo ele não tinha uma cartilha doutrinária a seguir. Portanto, o que se descobriu contradizia em grande parte as “descobertas” da AAUW, dos Sadkers e do Wellesley Center. Foi dito, educadamente, que: “Ao contrário da visão, muito comum, de que os meninos possuem vantagem sobre as meninas, elas parecem estar à frente deles em termos de planos futuros, expectativas por parte dos professores, experiências escolares e interações em sala de aula.”

Aqui estão algumas outras conclusões do estudo da MetLife:

* Garotas são mais suscetíveis do que os garotos de visualizar a si mesmas como futuras universitárias.

* Elas também são mais suscetíveis do que eles de querer possuir uma boa formação.

* Mais meninos do que meninas (31% contra 19%) sentem que os professores não ouvem o que eles tem a dizer.

O relatório da MetLife advertiu a um auditório lotado de admiradores de Carol Gilligan que os garotos americanos necessitam de mais atenção do que as garotas. Os participantes estavam ouvindo – muitos pela primeira vez – que o discurso convencional dos estudos que mostram “meninas perdendo sua auto-confiança... e como resultado tendo piores desempenhos” na escola era uma simples mentira. Essa deveria ter sido uma grande notícia para uma mídia completamente tomada pelas descobertas acerca do trágico destino das garotas americanas. Mas em qualquer assunto onde as garotas estão envolvidas, boas notícias não são notícias.

Ocorreram outras observações discordantes expostas na conferência. Durante uma roda de debates sobre questões de gênero e raça nas escolas, um palestrante, que leciona em uma rigorosa escola pública de ensino médio de Washinton D.C., disse que lá é tão raro um menino ir bem nos estudos que “é um grande feito quando um garoto conseguia ingressar numa sociedade de honra ou ganhar algum prêmio”. Ninguém se atreveu a comentar sobre isso.

Em outra sessão, com o nome de “Como as experiências escolares de meninos e meninas diferem?” Nancy Leffert, uma psicóloga infantil do Instituto de Pesquisa de Minneapolis, demonstrou o resultado de uma grande pesquisa que ela e seus colegas fizeram recentemente com mais de 99.000 estudantes do 6o ano do ensino fundamental ao 3o ano do ensino médio. Os jovens foram questionados sobre seus “ativos de desenvolvimento”. O Instituto de Pesquisa identificou 40 ativos essenciais (“pedras fundamentais para o desenvolvimento sadio”). Metade deles eram externos - por exemplo, uma família presente, adultos servindo de modelos comportamentais – e metade eram internos – motivação para conquistar seus objetivos, senso de propósito na vida, confiança para manter relações interpessoais. Leffert explicou aos expectadores da palestra, de uma forma laudatória, que as meninas estão à frente dos meninos em 34 dos 40 ativos! Em quase todos os parâmetros mais importantes de bem-estar, elas estão melhores que eles: se sentem mais próximas de suas famílias, tem maiores aspirações e laços mais fortes com a escola – possuem até mesmo uma maior assertividade. Leffert concluiu sua palestra dizendo que antigamente ela se referia às meninas como frágeis e vulneráveis, “mas se você der uma olhada [na nossa pesquisa], ela mostra que as meninas possuem ativos muito poderosos.”

O estudo original da AAUW, tão eficazmente promovido, foi baseado em um levantamento de dados de 3.000 crianças. O estudo do Instituto de Pesquisa que Leffert sintetizou em sua palestra era incomparavelmente mais confiável – foi baseado em uma amostra contendo quase 100.000 estudantes. Esse grandioso estudo definitivamente atestou que a premissa da menina prejudicada – na qual a conferência da PEN se apoiava – era falsa.

Ainda assim, ninguém chamou a atenção dos conferencistas para esse fato. O suposto destino trágico das meninas em nossa “sociedade sexista” continuou sendo o pensamento dominante. Leslie Wolfe, presidente do Centro para Estudos Políticos Femininos em Washington D.C., denunciou o “currículo sexista oculto” das escolas. “Nós devemos ensinar os meninos que a supremacia masculina é inaceitável”, disse ela. Outros palestrantes foram adiante, defendendo ideias como o “empoderamento feminino” e a “demonstração de estratégias na sala de aula para melhorar o desempenho e comprometimento das meninas”. Além disso, David Sadker participou de um debate no qual ele descreveu “o oceano do preconceito de gênero [contra as meninas, nunca o contrário] que existe à nossa volta.”

A visão “oficial”, descompromissadamente articulada pelo então presidente da AAUW Jackie DeFazio em 1994, tem de ser constantemente questionada pelas escolas e universidades: “Meninas continuam recebendo uma educação desigual em nossas escolas. Não importa em quais aspectos os jovens são analisados - pontuações de testes, desempenho em sala e averiguação dos métodos de ensino – estudo atrás de estudo, nos fica mais claro que as meninas não estão alcançando seu potencial como os meninos o fazem.” (essa última parte é muito enfatizada).

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terça-feira, 9 de junho de 2015

É possível mudar a preferência sexual?

Por Kathleen Gilbert

Os terapeutas que buscam formas de normalizar o homossexualismo dizem que é impossível mudar a "orientação" sexual, e que qualquer tentativa de modificação é inerentemente prejudicial. No entanto, os resultados dum estudo de longo alcance publicados no Journal of Sex and Marital Therapy (revisto por pares) juntaram-se às centenas de outros estudos ao concluir que não só é possível, como é preferível para muitos indivíduos.

Os psicólogos Stanton L. Jones (Wheaton College) e Mark A. Yarhouse (Regent University) são os autores do estudo longitudinal, que acompanhou indivíduos que haviam buscado mudança na "orientação" sexual através do envolvimento numa variedade de ministérios Cristãos afiliados com a Exodus International.

Os autores notaram que este estudo supera uma crítica primária levantada contra os dados terapêuticos da atracção pelo mesmo sexo [ed: em inglês "same-sex atraction" = SSA] - que os resultados não são adequadamente documentados durante um certo período de tempo - ao avaliar os 98 candidatos durante um período de seis a sete anos depois do fim da terapia.

Os resultados de Jones e Yarhouse revelam que a maioria do candidatos foram bem sucedidos no seu objectivo de alterar a "orientação" sexual, e que, em média, as tentativas não foram prejudicais. Dos 98 sujeitos, e aquando da última avaliação, 61 foram categorizados como bem sucedidos na superação geral.

Cinquenta e três porcento dos avaliados foram categorizados como resultados de sucesso; especificamente, 23 porcento reportaram sucesso na forma de mudança essencial para a "orientação" e funcionalidade heterossexual, ao mesmo tempo que uns adicionais 30 porcento reportaram não mais se identificarem como homossexuais ao mesmo tempo que mantinham um estável comportamento de castidade. Na marca dos seis anos, 20 porcento dos avaliados reportou abraçar por completo uma auto-identificação homossexual.

Entretanto, os autores disseram que, em média, a aferição do stress psicológico não reflectia um aumento de stress psicológico associado à tentativa de mudança. Um comunicado de imprensa anunciando o estudo declara:

Estes resultados não provam que uma mudança categórica  de "orientação" sexual é possível para todas as pessoas ou para qualquer pessoa, mas sim que mudanças significativas através dum contínuum, que constitui uma mudança real, é possível para algumas pessoas.

O comunicado também salienta:

Estes resultados não provam que ninguém é alguma vez prejudicado pela tentativa de mudança, mas sim que a tentativa de mudança não parece, em média, ser prejudicial ou inerentemente prejudicial.

O Dr. Jones disso à LifeSiteNews.com que o estudo muito provavelmente estava enviesado em favor do optimismo para com a terapia visto que não foi possível contabilizar os candidatos que abandonaram o processo no início.

Ele disse, no entanto, que o estudo permanece acima do outros devido ao seu valor como uma avaliação a longo-prazo da viabilidade da terapia junto das pessoas com atracção homossexual. Num email enviado na Quinta-Feira, Jones escreveu:

O "padrão prateado" [dos estudos relativos à atracção homossexual] é uma estudo longitudinal que segue as pessoas repetidamente durante um período de múltiplos anos, e também um estudo prospectivo que avalia as pessoas desde o princípio da mudança. Segundo sei, o nosso é o primeiro estudo a fazer isso.

O "padrão dourado" seria um estudo completamente experimental e longitudinal que iria também atribuir aleatoriamente vários participantes a grupos de tratamento distintos, com tratamentos altamente definidos; somos de opinião que tal estudo seria, no entanto, impossível de ser levado a cabo.

Uma meta-análise baseada em mais de 100 anos de pesquisas em torno da terapia à atracção homossexual, e publicada em Junho de 2009, apurou que o homossexualismo não é imutável, e que os indivíduos que buscam mudança podem ser beneficiados com a terapia. O relatório, publicado pela NARTH, incluiu mais de 600 relatórios de clínicos, pesquisadores, antigos clientes, publicados  essencialmente em publicações profissionais e revistas por pares.

Embora a American Psychological Association desencoraje os profissionais de saúde a oferecer terapia de "reorientação" sexual, a posição oficial do grupo em relação a tais terapias é que "há evidências insuficientes" que comprovem ou desacreditem tal práctica.

O homossexualismo foi desclassificado como desordem mental do Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM) em 1973 - o padrão universal para a classificação das doenças mentais - depois de anos de forte pressão por parte dos activistas homossexuais. A mudança deu início a uma mudança de política por parte dos profissionais de topo, que hoje em dia são totalmente contra a terapia de mudança de "orientação" sexual.

O Dr. Robert Spitzer, que esteve no comando da mudança do DSM, reverteu a sua posição em relação à terapia para a atracção homossexual indesejada quase 30 anos depois, passando a apoiar tais terapias depois de ter levado a cabo as suas pesquisas.

- http://goo.gl/NVuHcp

* * * * * * *

A palavra "orientação" [sexual] aparece entre aspas porque biologicamente falando, só há uma "orientação" sexual -. a heterossexual. O homossexualismo não é uma "orientação" sexual mas um PREFERÊNCIA sexual (algo que a pessoa escolhe fazer).

Os homoactivistas preferem o termo "orientação sexual" porque ela tem uma conotação mais psicológica, imutável e biológica, e menos sociológica, mas as evidências claramente demonstram que o homossexualismo é comportamento social adquirido (e não algo inerente na pessoa).

domingo, 31 de maio de 2015

American Sniper: A guerra do Iraque vista através dos olhos do cidadão comum



Sniper Americano (2014)
Finalmente consegui assistir ao filme American Sniper e descobri do que todo aquele burburinho se tratava. Enquanto escrevo isso, o filme já arrecadou mais de 200 milhões de dólares na sua segunda semana de estréia, tornando-o o maior lançamento de janeiro de todos os tempos, e o mais badalado filme de guerra de todos os tempos.

O cinema estava lotado quando estive lá na matinê. Em termos de mobilizar adultos para se acomodar em um cinema lotado para assistir um filme – e não apenas acompanhar crianças – a última vez que me lembro de um filme ter conseguido tal feito de lotar os cinemas continuamente foi quando A Paixão de Cristo teve seu lançamento mundial.

Inquestionavelmente o filme está agradando o público. A razão é óbvia, uma vez que você o tenha isto. American Sniper nos mostra a Guerra do Iraque pelo ponto de vista dos americanos que a lutaram. Os soldados que foram a guerra e as famílias que os enviaram, as quais ficaram com os corações no limbo durante um ano – é nessa realidade que somos convidados a entrar. Vemos as pessoas não como vítimas, não como predadores cegos, não como peões sem substância num entretenimento moralizador, mas simplesmente como eles são.

Nós os vemos de fato, como eles são. Esses são os americanos como os conhecemos. Na vida real, nós reconhecemos o que há de ordinário em cada um. Conhecemos os arquétipos que nos são apresentados, e não consideramos de mau gosto; consideramo-os normais – até mesmo ótimos.

A reação histérica da esquerda ao filme é explicada pelo modo como American Sniper valida o ponto de vista do cidadão americano comum sobre o ocorrido. Considere a parte inicial do filme, quando assistimos Chris Kyle ainda criança aprendendo com o pai: aprendendo a atirar, aprendendo a ética do chamado protetor. Clint Eastwood [o diretor] mostra essa passagem brevemente, indo direto ao ponto, propositadamente mas sem sentimentalismo. Ele deixa as coisas como são – como foram na vida de Chris Kyle – contando com o espectador para absorver e interpretá-la a vontade.

Essa é a quintessência do modo masculino de comunicação. O pacote inteiro – o conteúdo e o método de apresentá-lo – são o que a esquerda tem se empenhado em diminuir, distorcer e vilanizar nos últimos 100 anos. Esquerdistas são levados a atacar esse tipo de coisa; quando estão escrevendo histórias ou fazendo filmes, eles tem de “contextualizar” e desnaturalizar isso, com ironia e cinismo, imputando hipocrisia ou moralismo ideológico. Eles mal podem deixar tal coisa passar em branco.

Isso se deve, em parte, por que quando este tipo de coisa é deixado a própria sorte, apresentado como nada mais ou nada menos do que é de fato, os americanos respondem a isso com um entusiasmo assertivo.

Um número de coisas me impressionaram durante o filme, mas vou mencionar apenas algumas. Assista ao filme. Isso mesmo: Vá, assista. Bradley Cooper está impecável como Chris Kyle. Eu dúvido que você ache um gesto ou entonação fora do contexto. Não tenho certeza se eu escalaria Sienna Miller como Taya Kyle, mas ela me convenceu no papel. Sammy Sheik como Mustafa, o atirador olímpico e sniper adversário, está excelente em um papel quase sem falas. Eastwood fez um ótimo trabalho com os sets de filmagem e a produção; o ambiente de combate no Iraque parece realista, ao invés de algo esquisito e fantasioso (um conceito de cinematografia do qual estou de saco cheio). O resultado é impressionante, o que já é um alto prêmio.

A guerra do Iraque como a vimos

Vamos direto ao ponto. Primeiro, como o título sugere pareceu-me ao assistir American Sniper que esse filme é sobre a Guerra do Iraque e que trata justamente disto, como foi percebida e vivida pelos Americanos. A guerra do Iraque era sobre combater a ameaça terrorista na nascente, impedindo-a de chegar até a América. Essa é a narrativa básica passada na cabeça do americano mediano. Essa era a narrativa que se passava na cabeça de Chris Kyle.

Clint Eastwood não precisou elaborar o ocorrido no filme. Ele compreendia que isto já estava dentro da mente do seu público. O vilipêndio da esquerda sobre o conceito de guerra, forjado em muitos outros filmes sobre a Guerra do Iraque, é desagradável e continuará sendo. Ninguém quer assistir a um filme apesar dos horrores da guerra sem deixar os soldados estarem lá sem uma boa razão. Até o heroísmo tem seus limites, isso não se dá por nada.

O grande segredo desse filme é que a audiência que lotou as salas de cinema continuamente, dia após dia, sabe que houve um motivo para a guerra. Minha opinião é de que maioria das pessoas foi ambivalente nos importantes aspectos da guerra: algo relevante, como sua constitucionalidade, ou o Iraque como a prioridade da vez, ou os distúrbios precedentes de uma invasão e na mudança de regime de tal escala. Não é um jingoismo descerebrado ocorrendo. É uma questão de decisões difíceis de se tomar em face de tamanha ameaça, ambivalência e incerteza.

O papel de Chris Kyle lá é o papel pelo qual passamos durante o nosso ciclo de vida. Ele foi um jovem recrutado e enviado para a Guerra. Ele foi também, um jovem que optou por ir porque – na concepção de seu pai – ele não era uma ovelha ou um lobo, mas um cão de guarda. Ele estava lá para proteger.

A guerra como um rito de passagem

Isso me leva a segunda coisa que me impressionou enquanto a trama se desenvolvia. Cada pessoa teve de decidir – se a escolha fica sendo dela – quando sua vigília como cão de guarda é completada. A guerra, a necessidade dela, o estado de espírito para tal, é parte da vida; e não o contrário. Clint Eastwood apresenta a realidade como ela de fato é, ao invés de tentar editar a história para fazê-la parecer um abismo mítico: algo do qual ninguém consegue retornar.

Nós vemos os horrores da Guerra nesse filme. Nós vemos os erros táticos que prejudicaram nossas operações no meado dos anos 2000. Eastwood não as maqueia. O telespectador se lembra, ao se deparar com essas coisas, a qual é uma história da vida, e não haverá um milagre de última hora com uma música tema.

Mas Eastwood não tenta nos empurrar um pacote ideológico moralizador sobre a Guerra. Os homens de fato planejam e conduzem a Guerra. Eles vem e voltam dela. A historia verdadeira do nosso envolvimento no Iraque reflete isso, assim como Chris Kyle reflete isso. Eastwod assim o permite no filme.

Quando um homem sabe que a sua parte no trauma humano da guerra especializada e visceral terminou? A realidade é que maioria dos nossos voluntários não encaram o ponto de transição como vitimas indefesas. Eles o encaram como homens ou mulheres carregando feridas, mas fazendo decisões de uma complexidade que compreende o passado e o futuro da humanidade. Eastwood retrata isso como o é de fato: não uma patologia mas uma passagem que requer sabedoria, busca e talvez uma consulta com Deus. (Complementando, os diálogos de Chris Kyle com os veteranos de guerra com quem serviu depois do seu retorno pra casa são umas das melhores cenas do filme, sem afetações mas marcantes.)

Definindo a perícia do sniper

Mais uma coisa que mencionarei aqui. Talvez isso tenha me escapado por eu conhecer muitas pessoas que atualmente estão se familiarizando com armas de fogo e a atirar. Bem cedo no filme, o pai de Chris Kyle recita o provérbio, “mire pequeno, erre pequeno.” Aqueles que aprenderam a atirar sabem que isso é mais do que uma forma de encorajamento; isso é o “diferencial.” Quando você tem a sua arma empunhada de forma correta e a conhece bem, então quanto menor o alvo que você têm em mira, menor a margem de erro, com todas as coisas dentro das proporções.

Considero a escolha de Eastwood de esclarecer isso brevemente, numa cena onde o alcance da arma é rápido o suficiente para evitar algo tipo um “documentário,” é uma tacada de mestre. Faz sentido esclarecer esse ponto em um filme sobre um sniper, é óbvio. Recordo-me de Mel Gibson em The Patriot, em que seu personagem de guerra revolucionário, Benjamin Martin ouve seus filhos recitando o mesmo adágio antes de prepararem uma armadilha para as tropas britânicas. O filme de Gibson confiou na capacidade de compreensão dos espectadores. Mas o Sniper o explica, e ajuda aos espectadores leigos em tiro a notar que há uma certa técnica aqui: uma disciplina real, cultivada com um propósito.

Ao fazer isso, o pequeno trecho preenche a lacuna entre a realidade e a lenda. American Sniper não é um filme sobre tiros impossíveis. Deixando o público a par da técnica é um jeito sutil de estabelecer parâmetros. American Sniper é um filme sobre “vigilância.” No nível a que se refere aos detalhes táticos que homens como Kyle e ele próprio foram designados a fazer durante várias semanas a fio, dando suporte aos fuzileiros navais na patrulha de infantaria com um rifle e uma mira. Mas Kyle e os seus companheiros de guerra reconhecem, assim como sua família e sua nação, que vigiar tem um significado distinto. Vigiar é uma ética, um modo de vida, para o cidadão/soldado.

Deve ser duro ter tentado furiosamente por tantos anos, assim como os esquerdistas do ocidente o fizeram, desconstruir e desvalorizar a realidade, e então encontrar tantos americanos rejeitando o trabalho de sua vida como se este nunca tivese existido. Mas milhões de americanos o fizeram.

* * * * *
Qual a motivação da campanha feita pela esquerda a favor da retirada das tropas americanas do Iraque? Houve a proliferação do terrorismo no Ocidente após o atentado de 11 de setembro?


quinta-feira, 28 de maio de 2015

A questão escolar

Os meninos estão se arrastando

Discretamente, alguns educadores irão lhe dizer que os meninos, e não as meninas, são o sexo frágil. Em 1997, eu conheci o presidente do Conselho de Educação de Atlanta, Geórgia. Quem está indo melhor nas escolas de Atlanta, as meninas ou os meninos? Perguntei “As meninas”, ele respondeu, sem hesitar. Em quais áreas? “Em todas as áreas que você citar.” Um diretor de uma escola ensino médio da Pensilvânia falou sobre a condição dos meninos em sua escola: “Estudantes que dominam as listas de evasão, de suspensão, de reprovação e outros índices escolares negativos são homens, em uma proporção ampla.”

Três anos atrás, a Scarsdale High School, no Estado de Nova York, realizou um seminário sobre igualdade de gênero para seu corpo docente, em que foi repetida toda aquela história de “as meninas estão sendo prejudicadas”, com uma notável diferença: um estudante fez uma apresentação na qual ele demonstrou evidências sugerindo que as meninas da Scarsdale High School estão bem à frente dos meninos. David Greene, um professor de estudos sociais, pensou que o estudante devia estar enganado. Porém, quando ele e alguns outros colegas analisaram os padrões do departamento de avaliação, viram que o estudante estava certo. Greene descobriu que, nas turmas de estudos sociais do Programa de Colocação Avançada, havia pouca ou nenhuma diferença nas notas dos meninos e das meninas, mas, nas turmas normais, as meninas estavam se saindo muito melhor. Ele também descobriu, a partir do diretor de esportes da escola que os times femininos tem tido mais êxitos em competições contra outras escolas do que os times masculinos. Dos 12 atletas da Scarsdale High School nomeados como atletas All-American nos últimos 10 anos, por exemplo, 3 eram garotos e 9 eram garotas. Greene saiu da escola em um cenário de completo desacordo com a visão preconceituosa dos diretores: as meninas são ambiciosas e os meninos, relativamente descontentes, estavam dispostos a se contentar com sua mediocridade.

Como todas as escolas, a Scarsdale High School foi fortemente influenciada pelo clima de crise feminina. A crença de que as meninas são sistematicamente privadas imperou no Conselho de Igualdade de Gênero da escola; essa é a razão pela qual a escola oferece aulas eletivas especiais sobre o tema. Greene tentou cautelosamente falar sobre a má performance dos meninos com seus colegas. Muitos deles admitiram, que nas turmas em que eles lecionavam, as meninas pareciam se dar melhor que os meninos, mas eles não viam tal fato como uma parte de uma ampla tendência. Depois de muitos anos ouvindo sobre as emudecidas e prejudicadas garotas, a simples insinuação de que os garotos não estavam indo tão bem quanto elas não foi levada a sério mesmo pelos professores que viam isso acontecer com seus próprios olhos durante as aulas.


Comprometimento Escolar

Um artigo de 1999 do Congressional Quarterly Researcher sobre o desempenho acadêmico de homens e mulheres chama atenção para uma experiência familiar comum: “As filhas querem agradar seus professores ao ficar mais tempo na escola, ajudando em projetos, assistindo mais aulas e fazendo os deveres de casa da forma mais caprichada possível, já os filhos fazem as tarefas de casa depressa para assim poderem brincar, não se importando como os professores verão seu trabalho descuidado.” Na linguagem técnica dos especialistas em educação, as meninas são academicamente mais comprometidas. O comprometimento escolar é uma medida essencial para o sucesso do estudante. O Departamento de Educação dos Estados Unidos avalia o comprometimento estudantil pelos seguintes critérios:

  • Quanto tempo os alunos dedicam aos deveres de casa a cada noite?
  • Eles vão à aula preparados e aptos a aprender? (Levam livros e outros materiais? Fizeram todo o dever de casa?)

Que os meninos são menos comprometidos com a escola que as meninas já havia sido bem observado pelo Departamento de Educação nos anos 80 e 90. Maiores porcentagens de meninos do que de meninas relataram que “geralmente” ou “frequentemente” vão à escola sem o material necessário ou sem ter feito o dever de casa. Levantamentos nas turmas de 4º e 8º ano do ensino fundamental e 3º ano do ensino médio registraram meninas consistentemente relatando que elas fazem mais as tarefas que os meninos. No 3º ano do ensino médio, eles são 4 vezes mais propensos a não fazerem os deveres de casa do que elas.

Aqui nós temos uma disparidade entre os sexos genuinamente preocupante, com os meninos bem atrás das meninas. Essa é a disparidade sobre a qual professores, pais, diretorias escolares e políticos devem se preocupar. O comprometimento escolar talvez seja o mais importante requisito para o sucesso acadêmico, mas os meninos com menor comprometimento não são citados nos seminários e oficinas sobre igualdade por todo o país. De fato, a chique porém falsa diferença de autoestima continua a ser a preocupação dominante – diferença que a AAUW, em sua busca para “saber mais” sobre as descobertas de Gilligan, exige que seja divulgada.

Existem alguns meios já testados de reestimular os meninos, melhorar seus hábitos escolares e instigá-los para o aprendizado e para um melhor desempenho (discutirei acerca do que funciona para eles nos próximos capítulos). Mas enquanto os problemas desses jovens não forem reconhecidos, eles não poderão ser resolvidos, e enquanto não forem resolvidos, outra disparidade educacional provavelmente persistirá: em comparação aos garotos, muito mais garotas entram nas universidades.
A disparidade no ensino superior

O Departamento de Educação dos Estados Unidos relatou que em 1996 havia 8,4 milhões de mulheres e apenas 6,7 milhões de homens matriculados nas universidades, e também demonstrou que essa vantagem aumentará ainda mais para a próxima década. De acordo com uma previsão, em 2007 haverá 9,2 milhões de mulheres nas universidades e 6,9 milhões de homens.

As feministas inventam argumentos engenhosos e oportunistas para explicar por que o maior número de mulheres nas faculdades não deve ser considerada uma vantagem para o sexo feminino. De acordo com a ensaísta feminista Barbara Ehrenreich, “Uma das razões pelas quais poucos homens estão frequentando as universidades talvez seja porque eles acham que podem se dar bem a vida sem um diploma de curso superior; em outras palavras, eles continuam tendo uma grande vantagem sobre as mulheres na fatia do mercado de trabalho que não exige uma educação formal.”

Ehrenreich está insinuando que um garoto de 17 ou 18 anos que está próximo de se formar no ensino médio, sem planos de cursar uma faculdade, pode continuar em melhores condições do que a futura universitária sentada ao lado dele. Talvez exista uma minoria de estudantes do ensino médio que sejam empreendedores, para a qual essa afirmação é verdadeira, mas para a grande maioria dos meninos um curso superior permite a entrada na classe média – sem contar os benefícios pessoais de uma graduação.

Nos últimos anos, o valor econômico de um curso de nível superior aumentou consideravelmente. Um economista do Instituto Americano de Empresas, Marvin Kosters, quantificou a tendência: “No ano de 1978, o salário médio de um adulto graduado em uma universidade era mais ou menos 25% maior do que o salário de uma pessoa que possuía apenas o nível médio. Por volta de 1995, a diferença tinha mais que dobrado para um salário médio mais de 50% maior para o trabalhador com nível superior.”

Alguém deve ter percebido que os meninos estavam ficando para trás. A disparidade no ensino superior era uma tendência perigosa e verdadeira. Mas ao mesmo tempo em que as meninas estavam superando os meninos de uma forma incrível, as feministas do Departamento de Educação, da AAUW, do Wellesley Center e da Ms. Foundation escolheram declarar a crise da “menina prejudicada”. Durante os anos seguintes, a diferença entre os sexos nas universidades continuou a crescer, mas a atenção da população americana e do governo foi direcionada para as “meninas mal servidas”.


Porque os meninos se dão melhor nos testes?

As feministas não podem negar plausivelmente que as meninas tiram melhores notas, são mais comprometidas com a escola e que agora são o sexo dominante nas universidades. Sendo assim, elas apontam para as diferenças psicológicas e sociológicas: diferenças na autoestima, na autoconfiança e no número de perguntas durante a aula. Mas isso tudo, como nós vimos, não resiste ao escrutínio. Existe um argumento melhor sendo utilizado pelos defensores da crise feminina que é baseado em um dado correto: os meninos conseguem melhores pontuações em quase todos os testes padrões importantes, especialmente nos testes considerados mais difíceis, como o Scholastic Aptitude Assessment Test (SAT) e os testes de admissão para os cursos de direito e medicina, e de pós-graduação.

Em 1996, escrevi um artigo para o Education Week relatando as várias formas pelas quais as meninas estavam tomando a frente dos meninos nas escolas e universidades. Se aproveitando dos dados que sugeriam que os meninos estavam se saindo melhor do que as meninas, David Sadker, em uma resposta, escreveu: “se as meninas estão indo bem na escola, como Christina Hoff Sommers diz, então esses testes estão totalmente errados.” Os garotos, de fato, tendem a se dar melhor nos testes que as meninas. No SAT de 1998, eles tiraram 35 pontos (de 800) a mais que as meninas, 7 pontos a mais em inglês. Sadker está certo ao insinuar que as notas um pouco maiores dos meninos são uma demonstração de seu status privilegiado?

A resposta é não. Um olhar atento ao grupo de estudantes que fizeram o SAT e outros testes do tipo revela que as notas mais baixas das garotas tem pouco ou nada a ver com preconceito ou injustiça. Certamente, elas nem mesmo significam menos resultados positivos para as garotas. Primeiramente, uma maior porcentagem de meninas participam do SAT (54%, contra 46% de meninos). Além disso, de acordo com um estudo da College Board, muito mais meninas das “categorias de risco” fazem os testes, comparado com os meninos. A saber, meninas de lares de baixa renda, ou que possuem pais que nunca concluíram o ensino médio e/ou fizeram uma graduação, fazem o SAT em maior número do que os meninos na mesma situação. “Essas particularidades”, diz o estudo, “estão associadas com as notas menores do que a média do SAT”.

Em outras palavras, devido aos meninos em situação de risco não fazerem o teste enquanto as meninas na mesma condição tendem a fazê-lo, a pontuação média feminina é menor. Ao invés de usar erroneamente as pontuações do SAT como evidências do preconceito contra as meninas, os pesquisadores devem esse preocupar com meninos que nunca comparecem aos testes que eles precisam fazer caso queiram possuir um melhor nível educacional.

No entanto, outro fator externo distorce nos resultados dos testes de forma que parece que ele favorece os meninos Nancy Cole, presidente do Serviço de Testes Educacionais, chama isso de “fenômeno de dispersão”: Em praticamente todos os testes de inteligência e de desempenho, as notas dos homens ficam mais dispersas de que as das mulheres nos extremos: há mais homens prodigiosos e também há mais homens com menores habilidades. Ou, como o cientista político James Q. Wilson uma vez disse, “Existe mais homens entre os gênios, e mais homens entre os idiotas.”

Devemos também levar em conta que os jovens do sexo masculino dominam as listas de evasão e de reprovação, e possuem maior dificuldade de aprender. Esses estudantes raramente participam de testes de alto nível. Por outro lado, os meninos aplicados que levam a sério a escola apresentam resultados desproporcionalmente acima da média. Os ativistas pela igualdade de gênero como Sadker devem ser coerentes em sua lógica: se o menor número de meninas entre as melhores notas é uma evidência de uma “injustiça” para com elas, o grande número de meninos entre as menores pontuações e deve ser considerada uma evidência de “injustiça” para com eles.

Suponha que nós estivéssemos direcionando a nossa atenção para os 2/5 de estudantes enormemente motivados do ensino médio, que participaram voluntariamente do SAT ao invés de considerar uma amostra realmente representativa dos estudantes americanos. Como se compararia as meninas e os meninos, então? O Programa de Avaliação Nacional do Progresso Educacional (NAEP), iniciado em 1969 e gerido pelo Congresso Americano, oferece a melhor e mais compreensiva avaliação do desempenho dos estudantes de todos os níveis de habilidade. Pelo programa da NAEP, uma grande amostra científica de 70.000 a 100.000 estudantes de 44 estados americanos têm suas habilidades em leitura, escrita, matemática e ciências testadas aos 9, 13 e 17 anos (A escala de pontuação da NAEP varia de 0 a 500). Em 1996, os meninos de 17 anos superaram as meninas por 5 pontos em matemática e por 8 pontos em ciências, enquanto as elas os superaram por 14 pontos em leitura e por 17 pontos em escrita. Ao longo das últimas duas décadas, as meninas estiveram se aproximando dos meninos em matemática e ciências, enquanto eles continuam a ficar muito atrás em leitura e escrita. Essa é, portanto, uma diferença que não está diminuindo.



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