domingo, 4 de maio de 2014

Interesses Feministas na Auto-Avaliação da Masculinidade


Fonte [*]

Um dos tópicos mais polêmicos nas conversas sobre gênero é a forma como os homens estão mudando no século 21 ou o que algumas pessoas se referem como “a Nova Masculinidade.” Esta pode ser definida como uma alternativa, ou futura safra de homens ou valores masculinos na sociedade ocidental que se destina a desviar ou dissociar-se da masculinidade histórica e/ou tradicional e dos valores masculinos. A “masculinidade tradicional” é constantemente definida pelas feministas como algo destrutivo e/ou prejudicial para a sociedade moderna em geral, e para as mulheres e crianças em particular. Uma faceta dessa discussão, que tem recebido um foco especial, é a forma como os homens estão rejeitando os papéis tradicionais de gênero e abandonando as expectativas da sociedade que têm “definido” a masculinidade.

Como muitas pessoas que acompanham as discussões do Men's Rights Activism [MRA] devem ter notado, as discussões sociais dos papéis de gênero e os “chamados” valores masculinos são secundários nos debates principais do MRA sobre desigualdade jurídica. No entanto, é recomendável que nos dediquemos a esse tipo de discussão, especialmente por causa dos recentes ataques contra os homens no geral, e também direcionados a muitos de nós (especialmente nossos irmãos mais novos), por rejeitar seus papéis tradicionais como provedores da família e até mesmo por rejeitar o conceito da família tradicional. À luz das atuais mudanças econômicas e sociais no panorama ocidental de gênero (EUA, em particular), o destino da “Nova Masculinidade” é de grande interesse para as feministas de todas as vertentes e, se quisermos continuar a sermos relevantes no nosso próprio futuro, devemos nos interessar pelo assunto também.

Quando as mulheres começaram a rejeitar seus papéis históricos na “família tradicional,” isso foi elogiado como um avanço na agenda progressista [para as mulheres e a igualdade]. Mas quando os homens começaram a fazer o mesmo, de repente, a mesma ação foi enquadrada como uma outra maneira dos homens oprimirem as mulheres. O feminismo está divulgando-se como sendo o único guardião do re-exame de gênero para ambos os sexos e evidências demonstram que há uma oposição significativa contra os homens que tomam os mesmos passos em direção a sua própria redescoberta assim como as mulheres fizeram - especialmente sem a supervisão feminista. Você sempre lê sobre as feministas que buscam eliminar os papéis de gênero que se ligam tanto a homens quanto mulheres. Você provavelmente esperaria que as feministas comemorassem que os homens estejam buscando caminhos para além dos papéis tradicionais de gênero. Mas como os dois artigos mostram, este não é o caso.

Eu postulo que os artigos acima ilustram e tipificam um ponto de vista feminista significativo sobre os homens reexaminarem e redefinirem a sua idéia de masculinidade, bem como rejeitar as expectativas tradicionais femininas. E o que esses artigos e outros como eles mostram é que as feministas como Hymowitz, Marcotte e outros (incluindo homens feministas como Jackson Katz e Hugo Schwyzer) não gostam nem um pouco. E, assim, as verdadeiras motivações de um número significativo de feministas (da segunda onda e adiante) são reveladas. O feminismo deles foi um movimento destinado a redefinir as convenções de gênero em favor de uma agenda política. De acordo com o feminismo deles, as mudanças políticas e sociais que estavam sendo implementadas foram feitas para as mulheres se superarem.

No entanto, as necessidades dos homens foram desconsideradas nessas mudanças amplamente forjadas na sociedade ocidental e mesmo agora, as preocupações e as necessidades do sexo masculino são um adendo para aqueles que continuam a comandar o avanço e a manutenção dessas mudanças. Além disso, como esses dois artigos e muitos, muitos, outros artigos semelhantes de pensadoras feministas [de convicções idênticas] sugerem, as considerações e necessidades dos homens ainda são apenas secundárias em relação as considerações e necessidades das mulheres. Mas agora que os homens estão fazendo a mesma coisa, é um grande problema (...) para as mulheres. Como as mulheres na década de 70, os homens não querem se tornar os “provedores da família,” ou até mesmo se envolver no ato de criar famílias. Além disso, eles não desejam abraçar os papéis históricos que os homens detêm na sociedade humana. Eles buscam a garantia de seus próprios interesses e aprendem a aproveitar a vida fora da “corrida destrutiva” do trabalho, que tem sido o objetivo tradicional dos homens ocidentais. Mas pior ainda, aqueles homens que ainda optam por seguir esse caminho tradicional encontraram cada vez mais obstáculos econômicos, legais e sociais impedindo-os de fazê-lo. Apesar das questões relacionadas com as mudanças que os homens têm experimentado recentemente com a economia, a saúde mental, física e social as motivações primárias para estes artigos recentes que examinam esses problemas com os homens “abandonando” a sociedade e tornando-se desempregados e sem instrução, é a forma como estes problemas afetam as mulheres.

Ainda não acredita no que digo sobre as feministas se irritarem quando os homens começam a fazer as “perguntas erradas?” Procure se informar sobre o Good Men Project [GMP] e seu fundador, Tom Matlack. Seus antigos “aliados” feministas o atacaram coletivamente como uma piranha ferida por causa de uma conversa que teve com eles (Marcotte, Harding, Ponzer, Schwyzer, entre outros... incluindo a culturalmente irrelevante Rosanne Barr) onde fez uma pergunta simples, ele perguntou: “Por que as mulheres não podem aceitar os homens como eles realmente são? Um bom homem se parece mais como uma mulher ou é verdadeiramente masculino?

Toda esta situação é composta de um truísmo: aliados feministas masculinos são bem-vindos, desde que eles sejam úteis e saibam o seu lugar. Tom Matlack ficou empolgado demais com suas amigas feministas “igualitárias” que esqueceu de si mesmo, e o resultado tem sido um caos perigosissímo instalado no GMP. Matlack e seu CEO, Lisa Hickey têm feito de tudo para salvar o GMP dos constantes ataques desferidos pelas feministas. Se eles viessem me pedir conselhos, eu diria a eles para terem culhões, suportarem os ataques, e manterem suas convicções. Mas não acredito que eles terão coragem para fazer algo desse tipo...

Cada vez mais a percepção pública dos homens é progressivamente menos favorável do que no passado. Comerciais mostram os homens como palhaços sem esperança ou intrometidos desalmados. Poucos “filmes românticos” colocam os homens sob uma perspectiva equivalente ao de suas co-estrelas femininas. No entanto, alguns diretores estão rompendo com esse estereótipo e mostrando homens mais realistas. Homens como Judd Apatow (que Hymowicz menciona em seu artigo), Greg Mottola, e Seth Rogen, fizeram suas carreiras satirizando a “nova masculinidade.” Mas esses filmes fazem questão de mostrar o contraste masculino entre falhas pessoais e, a aceitação da própria masculinidade de uma forma que, eventualmente, mostra de boa fé os homens que eles realmente são. Em suma, estes cineastas estão usando seus filmes para examinar os valores masculinos sob um pontos de vista próprio [isto é, sem passar por uma supervisão feminista] e, portanto, algumas feministas (como as mencionadas anteriormente) ficam de picuinha com esses filmes.

O que isso tudo revela é que há um problema dentro do feminismo com os homens tentando alcançar a consciência e transcender as limitações históricas impostas ao nosso sexo. Enquanto há feministas por aí que provavelmente não concordam com o que está sendo feito com os homens, em nome do feminismo, até que elas finalmente se encham de coragem para falar e fazer algo a respeito de suas colegas misândricas, elas serão igualmente cúmplices deste ato de marginalização flagrante.

No entanto, há algo além disso: estamos nos tornando eficazes o suficiente para deixar muitas dessas feministas preocupadas ao ponto delas estarem trabalhando ativamente para tentar nos impedir de buscar a nossa própria iluminação fora do paradigma feminista. Homens estão procurando, cada vez mais, seu próprio caminho para transcender as expectativas tradicionais que foram colocadas em cima de nós onde muitas dessas feministas estão tentando nos manter.

Os homens precisam encontrar uma maneira de resolver a confusão que a masculinidade se tornou. E o primeiro passo é dar um fim à noção pitoresca de que a resposta para os direitos dos homens é “mais feminismo.” É como dizer que a resposta para o câncer de pulmão são mais cigarros. Todos nós precisamos lidar com isso como “irmãos”; nós precisamos nos reunir e resolver os problemas que envolvem o nosso sexo. Precisamos procurar as pessoas que estão se preocupando com essas questões e nos unirmos a eles para encontrar as respostas. Precisamos apoiar uns aos outros como homens e machos. Precisamos ser mentores para os nossos filhos, irmãos dos homens de todos os credos e cores, e o mais importante, precisamos estar dispostos a abraçar os modos emergentes de vida masculina. E mais importante, precisamos fazê-lo antes que as feministas façam isso por nós.

Podemos fazer isso... como homens e como irmãos.

[*] traduzido com algumas adaptações.

* * * * * *

O caminho para se resolver a confusão que a masculinidade se tornou é rejeitar com veemência os resultados da revolução sexual que beneficiam apenas a agenda política esquerdista pois tanto a desigualdade jurídica, a decadência moral e os movimentos pela legalização e normalização de perversões sexuais partem diretamente da institucionalização das mudanças proporcionadas pela revolução sexual. Um passo importante a se dar, e complementar ao sugerido no artigo, é recorrer a sabedoria milenar independente das crenças religiosas que o leitor tenha e aspirar às virtudes cardeais.

O vídeo abaixo apresenta uma reflexão do Padre Paulo Ricardo sobre o novo modelo de masculinidade adotado pelo pensamento moderno:


Um comentário:

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